Inflação persistente e falta de políticas efetivas para minorar o problema
Em 2022, a tendência é de alta generalizada dos preços: apenas nos cinco primeiros meses do ano, o IPCA acumula taxa de 4,78%. Para vencer essa alta, o governo diz contar com a fé e a resiliência dos brasileiros, como se não tivesse a responsabilidade de realizar políticas para combater o problema, que tem castigado a população, sobretudo as famílias de baixa renda
A inflação ou o aumento do nível geral de preços vêm assombrando o país. Muito se alertou, ao longo de 2020, sobre a necessidade de adotar políticas efetivas para o enfrentamento da elevação dos preços dos alimentos. Naquele ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 4,52%, pouco acima da meta de 4% estipulada pelo governo; porém, a taxa do subgrupo alimentação no domicílio foi de 18,15%. Em 2021, o IPCA fechou o ano em dois dígitos (10,06%), por causa da elevação dos chamados preços monitorados.1 Já em 2022, a tendência é de alta generalizada dos preços: apenas nos cinco primeiros meses do ano, o IPCA acumula taxa de 4,78%, sem perspectiva de redução. O discurso do governo minimiza e se desresponsabiliza do problema, com a justificativa de que esse é um fenômeno que ocorre em todo o planeta2 e que o Brasil é um dos países…