Judeus norte-americanos e a política dos Estados Unidos
À medida que os israelenses se inclinam para a direita, os judeus norte-americanos ancoram-se na esquerda. Resultado, o lobby pró-Israel nos Estados Unidos agora se baseia mais nos cristãos fundamentalistas do que nos judeus. Enquanto isso, a guerra em Gaza impacta as universidades, com financiadores decidindo sancionar instituições críticas ao governo israelense
Cinco semanas após o ataque mortal do Hamas, em 7 de outubro de 2023, uma multidão de cerca de 290 mil pessoas, a maioria judeus norte-americanos, reuniu-se em Washington para reafirmar seu apoio a Israel, exigir a libertação dos reféns detidos em Gaza e denunciar o antissemitismo. Foi sem dúvida a maior manifestação pró-Israel da história dos Estados Unidos. De um ponto de vista estritamente político, também foi provavelmente a menos necessária, uma vez que o governo de Joe Biden já manifestou, sem a menor sombra de ambiguidade, sua adesão a cada uma dessas três posições. A mobilização contrasta com os cerca de 2 mil manifestantes que se reuniram “em solidariedade ao povo judeu” no início da guerra entre Israel e o Hamas, em maio de 2021. Três anos atrás, a maior parte das organizações judaicas progressistas e “pró-paz” boicotaram a iniciativa, acusando seus organizadores de considerar antissemitismo qualquer crítica…