Maconha: mercados, regulações e impostos
A legalização progressiva da cannabis para uso medicinal e recreativo está criando um novo mercado legal. Embora as possibilidades de crescimento sejam grandes, ele não foge da lógica que rege outras realidades do capitalismo: as flutuações financeiras e o risco de ser capturado por um punhado de grandes empresas dos países mais ricos
O panorama do mercado mundial de cannabis para uso medicinal e pessoal não escapa à crise desencadeada pela elevação das taxas de juros em escala global. Também não ajuda o grande número de controles e impedimentos à exportação de flores secas e produtos manufaturados, a persistência do mercado clandestino e a falta de avanços regulatórios. Apesar de tudo, nos poucos lugares em que já é legal, a produção e a venda de maconha crescem, assim como a inovação na área de alimentos, bebidas e líquidos para vaporizadores (além dos desenvolvimentos, muito mais avançados, da indústria farmacêutica). A arrecadação de impostos também sobe. O principal problema é o surgimento de grandes players – principalmente empresas canadenses – que buscam preparar o terreno antes das regulamentações incipientes em outros países, patenteando sementes e processos industriais, impondo assim estratégias clássicas de acumulação capitalista. O futuro da Curaleaf, companhia especializada em cannabis com uma…