Na Alemanha, colapso e conflito de orientação
Proverbiais e desestimulantes, as disputas internas dos partidos refletem, às vezes, escolhas estratégicas cruciais. Na Alemanha, este é o caso do Die Linke (A esquerda): a formação deveria reconquistar sua base popular nos estados orientais ou tentar atrair o jovem eleitorado urbano?
Depois de certo nível, uma derrota eleitoral se torna uma surra. E, sem dúvida, é assim que devemos chamar o resultado desastroso de 4,9% obtido pelo partido A Esquerda (Die Linke) nas eleições federais de setembro de 2021 na Alemanha. Somente a aplicação de uma regra especial garante sua presença no Bundestag: mesmo não ultrapassando a faixa de 5%, um partido que obtém maioria em pelo menos três circunscrições (de um total de 299) pode formar um grupo parlamentar. Nem por isso a perda é menos espetacular para essa formação que beirava os 12% em 2009 e se mantinha em 9,2% em 2017. Agora, ela obteve apenas 2,3 milhões de votos, quase a metade dos 4,3 milhões de 2017. E seu grupo parlamentar tem apenas 39 deputados, contra os 60 de antes (de um total de 736). Esse colapso inicia um novo capítulo na história já rica em derrotas da…