Pautas identitárias, sim! Qual o problema?
Não é de hoje que observamos lideranças e até mesmo intelectuais de esquerda, especialmente homens, colocarem em dúvida ou até mesmo em oposição as questões de classe e as pautas ditas identitárias
Não é de hoje que observamos lideranças e até mesmo intelectuais de esquerda, especialmente homens, colocarem em dúvida ou até mesmo em oposição as questões de classe e as pautas ditas identitárias
Proverbiais e desestimulantes, as disputas internas dos partidos refletem, às vezes, escolhas estratégicas cruciais. Na Alemanha, este é o caso do Die Linke (A esquerda): a formação deveria reconquistar sua base popular nos estados orientais ou tentar atrair o jovem eleitorado urbano?
O campo progressista parece muitas vezes atolado por seus jargões, esmagado pelos seus ícones. Entretanto, simplesmente “fazer algo novo” não é o suficiente para vencer. E mostrar-se “menos militante” pode significar abrir mão de um apoio crucial no momento em que a disputa política começar
O preço da gasolina, que fez os Coletes Amarelos saírem às ruas, nunca havia tido a honra de merecer reivindicações das organizações de esquerda. Nas classes populares, esse está longe de ser o único tema que não encontra repercussão política nem sindical…
Para o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, algo está “diferente” na esquerda, em especial na latino-americana: “os movimentos estão reclamando a sua autonomia, suas agendas, e não passam o cheque em branco aos partidos”, analisa, ressaltando também a importância das organizações indígenas nesse novo cenário