Os limites das propostas de mudança
Certa vez perguntei a um amigo: o que é ser de esquerda hoje? E ele me respondeu: estatizar todos os bancos privados, por exemplo. A radicalidade da proposta me surpreendeu, mas trouxe para a conversa a questão da necessidade da ruptura. Não se pode pedir às elites que abram mão de seus lucros em nome do bem-estar das maiorias. Elas se tornaram elites e continuam controlando os espaços de poder justamente porque expropriaram direitos das maiorias. Se para assegurar seus privilégios e o controle da máquina pública for necessário adotar regimes políticos ditatoriais, os capitalistas o farão, como já fizeram em vários momentos da história universal e brasileira. É por isso que seguem apoiando o governo Bolsonaro. Para as grandes empresas, a democracia é vista hoje em dia como um empecilho para a acumulação. Sem a pressão das revoluções que marcaram a primeira metade do século XX, os capitalistas perderam…