Na França, um Exército em busca de sentido
O fim da Guerra Fria, assim como a eficácia da dissuasão nuclear, durante muito tempo justificou a redução dos recursos humanos e materiais das Forças Armadas francesas. No entanto, a invasão da Ucrânia mudou significativamente a situação. Será que acompanhar o amplo rearmamento da Europa, ao mesmo tempo que se destacam as virtudes educativas da vida nas instalações militares para a juventude, é suficiente para dotar a França de uma ambição geopolítica?
A França teria participado de 32 grandes expedições militares em sessenta anos e de cerca de “uma centena de operações menores”. Segundo as contas de Michel Goya, historiador e ex-oficial da Marinha, só os Estados Unidos fizeram mais, porém com um volume de forças claramente superior. Desse modo, proporcionalmente, “os soldados franceses são os mais solicitados do mundo”, explica Goya. E são cada vez mais utilizados dentro das fronteiras do país: só uma missão como a Sentinelle ocupa perto de 10 mil homens do Exército, o equivalente a 10% de seus efetivos. Apesar dessa “pequena guerra mundial francesa” e de uma crescente indistinção entre o que diz respeito à defesa e o que diz respeito à segurança, os recursos alocados para as Forças Armadas diminuíram. A lei de programação militar 2024-2030, aprovada em 13 de julho de 2023, no contexto da guerra russo-ucraniana, deve, segundo o Executivo, inverter a tendência. No…