A hidra brasileira
Não é possível um programa de enfrentamento da extrema direita sem mudanças profundas na segurança pública e na relação com os militares
Não é possível um programa de enfrentamento da extrema direita sem mudanças profundas na segurança pública e na relação com os militares
O fim da Guerra Fria, assim como a eficácia da dissuasão nuclear, durante muito tempo justificou a redução dos recursos humanos e materiais das Forças Armadas francesas. No entanto, a invasão da Ucrânia mudou significativamente a situação. Será que acompanhar o amplo rearmamento da Europa, ao mesmo tempo que se destacam as virtudes educativas da vida nas instalações militares para a juventude, é suficiente para dotar a França de uma ambição geopolítica?
Analisar a militarização das escolas formadoras das infâncias e juventudes requer pensar as implicações desse processo para a educação básica, os desdobramentos na formação das novas gerações, seus efeitos para o futuro da democracia e da sociedade e o papel da segurança e da educação, regidas por princípios diferentes e opostos
O reavivamento da militarização em seu sentido original tende a favorecer o avanço do militarismo, isto é, a intervenção direta dos militares na política, no governo de um país, seja de forma consentida ou imposta
Nenhuma escola para crianças ou adolescentes deveria emular o quartel seja ele militar, policial ou de bombeiros. A educação dos militares deve ser objeto de ensino superior ou especializações, e direcionada para aqueles que terão as armas enquanto profissão
A militarização da política durante o governo Bolsonaro veio, sim, acompanhada da politização da caserna. Porém, a desmilitarização da política e a despolitização da caserna não são irmãs siamesas da profissionalização militar. Militares profissionais interveem na política, dão golpes… Construir o controle popular sobre os instrumentos de violência estatais não é simples, mas não é impossível
Concentrar as atenções na personalidade abjeta de Bolsonaro, como fizemos esse tempo todo, lançou um véu sobre o fato de que os militares brasileiros permanecem no campo ideológico “amigo-inimigo”, da guerra interna e da doutrina da segurança nacional. Identificamos apenas como psicopatia de um vulgar ex-militar o que é, na verdade, expressão dessa cultura ideológica
Se os generais que fizeram campanha em 2018 por Bolsonaro, destruíram a candidatura Lula, ocuparam cargos chave no novo governo e ficaram ao lado do tresloucado capitão até o final de seu período presidencial formassem uma seleção, Sérgio Westphalen Etchegoyen seria o técnico
Os confrontos entre russos e ucranianos em torno da usina de Zaporíjia reviveram o espectro de um desastre nuclear e levaram a Agência Internacional de Energia Atômica a denunciar uma situação “insustentável”. Em seu último livro, o jornalista Marc Endeweld mostra por que a energia nuclear é uma questão tanto energética como estratégica nesse conflito
Os números nos revelam, sem surpresas, um país que promove um crescente genocídio da população jovem negra e que vem ampliando seu cenário de violência social. É clara a contribuição dos discursos presidenciais no sentido de fortalecer essas práticas.
Para a ordem estabelecida, que no Brasil hoje é uma espécie de Democracia, é melhor massacrar do que instrumentalizar a favela. Custa menos matar do que reestruturar a sociedade para erradicar a miséria, a pobreza, o racismo e a exploração
Central para desenvolvimento da política socioambiental para Amazônia, o Conselho Nacional da Amazônia Legal tem como realidade a ausência de diálogo com povos indígenas e tradicionais e composição militarizada