Na Nicarágua, uma eleição sem oposição
Washington faz questão de reiterar regularmente: nenhum país latino-americano está imune às manobras dos Estados Unidos. O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, acredita que a ameaça justifica a prisão de representantes da oposição, mesmo daqueles que não simpatizam com o imperialismo norte-americano. Para o líder sandinista, a prioridade absoluta é manter a presidência
No dia 7 de novembro, os nicaraguenses vão às urnas para uma eleição presidencial que, poucos duvidam, vai manter Daniel Ortega no poder. Mais uma vitória da esquerda latino-americana? Sem dúvida, para os que veem o líder sandinista como um revolucionário anti-imperialista. Não contente em se levantar contra Washington, Ortega mostra uma “preferência pelos pobres”, como sublinhou o chanceler da Nicarágua, Denis Moncada, em 26 de setembro de 2021, durante um encontro de “solidariedade” com seu país organizado nos subúrbios de Nova York. Moncada usou o termo associado à doutrina social da Igreja Católica reivindicada pela corrente da Teologia da Libertação, antes poderosa na América Latina. Por outro lado, há quem considere que o presidente Ortega e sua esposa, Rosario Murillo, dirigem um regime autocrático, que destruiu a democracia nicaraguense e é responsável pela repressão e violações dos direitos humanos. Em outras palavras, o sandinista de hoje teria traído aquele…