Noticiário internacional, um ponto cego no audiovisual francês
Será preciso uma guerra mundial para que a grande mídia audiovisual francesa questione os candidatos à eleição presidencial de 10 de abril sobre sua política externa? Enquanto a insistência nos limites provocados pela globalização se torna uma obsessão, o tratamento dispensado a outros países não para de se degradar – tanto em tempo como em qualidade
No dia 7 de setembro de 2021, o telejornal das 20 horas exibido pelo canal francês TF1 e apresentado por Gilles Bouleau foi inteiramente dedicado à morte de Jean-Paul Belmondo. Foram 47 minutos sobre as lendárias histórias e tiradas do ator francês. Já adepto de um tratamento minimalista do noticiário internacional, nessa noite o principal canal de televisão encerrou-se totalmente em seu feudo nacional. Não foi a primeira vez. Três décadas antes, em 9 de novembro de 1991, o canal do grupo Bouygues dedicou uma “edição especial” à morte de Yves Montand, outra grande estrela do cinema francês. “Emocionada, achei difícil trazer outras matérias, ainda mais [...] porque as notícias eram bastante vazias, e, afinal, o público nos deu razão. Foi uma escolha acertada, pois o market share e a audiência foram recordes: 34 pontos e 55% de market share”, comemorou Claire Chazal, então apresentadora dos telejornais do fim de…