Novas lutas para uma nova sociedade
No Chile, o plebiscito de saída, apesar de seu resultado adverso ao processo de mudança, é um novo marco para pôr fim a essa eterna transição que já dura mais de trinta anos. A proposta constitucional, embora tenha sido finalmente rejeitada, constitui em si uma conquista da soberania popular e estabelece um padrão sobre a forma como o povo deve resolver os assuntos que lhe dizem respeito
Terminou uma etapa do processo de mudanças que o Chile iniciou em outubro de 2019. Os cidadãos optaram por rejeitar um projeto de Constituição que, seja por motivações particulares, seja por uma perspectiva global, não foi valorizado pela maioria. Uma longa campanha de descrédito e mentiras, iniciada antes mesmo do ato inaugural da Convenção, operada por uma mídia publicitária dócil ao grande capital e com um financiamento multimilionário de magnitude nunca antes vista, contribuiu decisivamente para impedir o triunfo da aprovação. Esse tropeço, que nos obriga a refletir e reconhecer os erros que o adversário amplificou ao ponto do paroxismo, não impedirá as profundas transformações que o país exige. As inúmeras falsidades se voltarão contra seus autores e o texto aprovado pela Convenção será um instrumento na luta para alcançar uma verdadeira democracia. Isso não significa desviar a vista dos nossos próprios erros. A opção escolhida por milhões de novos…