O controle da máquina pública
É fácil compreender por que os grandes bancos privados mantêm o controle do BC e do Copom: seus ganhos de bilhões vêm principalmente daí.
Em fevereiro de 2019, o então ministro da Fazenda, Paulo Guedes, convidou um executivo do Banco Santander, Roberto Campos Neto, para presidir o Banco Central do Brasil. Identificado com o bolsonarismo mesmo antes das eleições de 2018, Campos Neto fez sua trajetória profissional no mercado financeiro, de início no Banco Bozano e depois no Santander, no qual, durante doze anos, ocupou a função de tesoureiro e, posteriormente, de head de mercados. Sua formação, pela Universidade da California, é de economista especializado em finanças. Nunca antes havia assumido uma função pública. Já em sua posse como presidente do BC, declarou que sua atuação seria em defesa do livre mercado e da iniciativa privada, “com mais Brasil e menos Brasília”, e defendeu a autonomia do Banco Central.1 Em fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei Complementar n. 179/2021, votada no Senado, que estabelece a autonomia do Banco Central. O…