O euro, muito forte, muito fraco ou muito dependente?
A mídia tradicional sempre vê a economia pelo ângulo da meteorologia: uma sucessão de fenômenos cujas causas não adiantaria determinar. É o que acontece com o valor das moedas, que passaria por períodos de mau tempo, seguidos de calmarias e até mesmo de raios de sol. No entanto, uma delas se distingue pelo acúmulo contínuo de nuvens: o euro
As autoridades monetárias europeias às vezes lembram Calimero, o herói de um desenho animado criado nos anos 1960. Ao longo dos episódios, o pintinho preto que tinha no alto da cabeça a metade de uma casca de ovo se debatia contra um mundo que julgava hostil. “É realmente muito injusto!”, concluía sistematicamente, com erros de pronúncia e lágrima nos olhos. O que há alguns meses parece “muito injusto” aos imitadores europeus do personagem? A degringolada da moeda única diante das divisas internacionais, principalmente o dólar. Enquanto, em agosto de 2020, 1 euro valia US$ 1,20, em setembro de 2022 com 1 euro já não se comprava mais nem sequer US$ 1. Consequência: os preços dos produtos e das matérias-primas estipulados na moeda norte-americana, como o petróleo, aumentam rapidamente e de forma descontrolada no Velho Continente. “Muito fraco”, o euro ameaça a economia europeia, “complicando a luta contra a inflação”, como…