O fluxo financeiro integrado no Brasil
Nosso problema não é econômico, e sim de organização política e social. O que temos e produzimos é suficiente para vivermos de maneira digna e confortável. Basta um pouco de bom senso e decência. Ver tanta gente passando fome num país que só de grãos produz mais de 4 quilos por pessoa por dia sinaliza uma profunda fratura entre os interesses das elites rentistas e os interesses da nação
Sempre houve gente disposta a viver do trabalho dos outros. No Brasil, como nos Estados Unidos, chamam as aplicações financeiras de “investimentos”, e os donos do dinheiro, de “investidores”. Por realismo, o Economist pelo menos distingue productive investment e financial investment. Investimento é quando você constrói um porto ou abre uma padaria, aumentando a capacidade produtiva do país, gerando o que chamamos de acumulação de capital. O porto vai aumentar a produtividade do país, o dono da padaria vai ter lucro, as pessoas vão comer pão e haverá mais empregos. Churchill não era ingênuo e sabia deixar clara a diferença entre investimento e aplicação financeira: o primeiro gera lucros, mas também produto e emprego, enquanto o segundo gera rendimentos improdutivos: “Estradas são feitas, ruas são feitas, serviços são melhorados, luz elétrica transforma a noite em dia, água é trazida dos reservatórios distantes de cem milhas nas montanhas – e, todo…