O Holocausto e as raízes do mal
“Quando certas pessoas nos censuram por criticarmos a política israelense, com medo de que façamos ressurgir o fantasma dos preconceitos raciais, eu lhes respondo que elas estão invertendo completamente o problema. É especialmente esse tabu, que pretende tornar Israel inquestionável, que pode atiçar o anti-semitismo”
Longe de refletir sobre o problema do mal, a maioria dos ocidentais desviou decididamente sua atenção desse tema nos anos que seguiram o término da Segunda Guerra Mundial. Isso nos parece difícil de compreender hoje, mas a verdade é que, durante bastante tempo, a shoah1 – o genocídio dos judeus europeus – não foi uma questão fundamental na vida intelectual da Europa ou dos Estados Unidos. De fato, a maioria das pessoas, intelectuais ou não, fez de tudo para ignorá-la. Por quê? Na Europa Oriental, houve quatro motivos para isso. Primeiramente, lá foram cometidos, durante a guerra, os piores crimes contra os judeus. E, apesar de os alemães serem os mandantes, não faltaram colaboradores de boa vontade nas nações ocupadas: poloneses, ucranianos, letões, croatas e outros. Em muitos países, foi grande a necessidade de esquecer o que acontecera, de baixar a cortina sobre os piores horrores. Em segundo lugar, no…