Inteligência artificial, colonialismo e genocídio automatizado no conflito Israel-Palestina
A automatização da letalidade contra a população Palestina em seu mais alto grau de eficiência destrutiva se traduz em uma verdadeira gestão da morte
A automatização da letalidade contra a população Palestina em seu mais alto grau de eficiência destrutiva se traduz em uma verdadeira gestão da morte
Convencido de que as instituições culturais norte-americanas lhe são hostis e ensinam o ódio a Israel e ao Ocidente, o presidente Donald Trump decidiu purgá-las, expulsando pesquisadores estrangeiros críticos das políticas oficiais, cortando recursos de universidades recalcitrantes e equiparando manifestações de solidariedade com a Palestina ao antissemitismo. Por enquanto, o medo prevalece sobre a indignação
A prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, em março, provocou importantes manifestações que prosseguem nas universidades. Entre as divergências que opõem o líder da oposição ao presidente Recep Tayyip Erdogan está o apoio de Ancara ao novo poder na Síria – uma escolha que pode colocar a Turquia em rota de colisão com seu antigo aliado, Israel
Como apagar os vestígios dos vilarejos árabes esvaziados de sua população durante a Nakba de 1948? Como forçar os beduínos do Neguev a partir? Plantando árvores. Missão do Fundo Nacional Judaico, o reflorestamento voluntário desenha uma nova geografia em Israel e mascara a presença de vestígios que testemunham a presença palestina, ao custo de significativos riscos ambientais
A ocupação dos territórios palestinos é ilegal e constitui uma política que pode ser qualificada como um apartheid, decidiu a Corte Internacional de Justiça em um momento em que Gaza, sua população e suas infraestruturas, especialmente educacionais, estão sendo sistematicamente destruídas pela intervenção israelense. Conscientes de que são alvo da extrema direita, que faz parte da coalizão governamental, os cidadãos árabes de Israel, marginalizados, adotam uma postura discreta. Já a maioria judaica da sociedade, traumatizada pelo ataque de 7 de outubro, oscila entre o desejo de eliminar os palestinos e o temor pelo futuro do país. Nesse contexto, cada dia que passa agrava o calvário dos habitantes de Gaza e aproxima toda a região do precipício
O ataque de 7 de outubro destruiu o mito de um Exército superpoderoso, no qual se baseava o sentimento de segurança da população. Em choque, a sociedade se entrega à sede de vingança, sem acreditar, no entanto, que a erradicação do Hamas seja um objetivo alcançável. Por sua vez, ao dobrar a aposta, o governo alimenta o medo de extinção do Estado de Israel
Apesar da violência cega, a guerra travada por Tel Aviv contra a Faixa de Gaza não gerou grandes manifestações de solidariedade por parte da população árabe vivendo em Israel. Confrontada a uma situação de discriminação multiforme, essa população continua sendo uma categoria de cidadãos de segunda classe e tende a se isolar tanto do Estado como da vida política
“Ilegal”, “discriminatório”, “abusivo”… Em um parecer detalhado, emitido em 19 de julho, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) condena a ocupação e colonização israelense do território palestino. Rejeitando os argumentos de Tel Aviv e Washington, o tribunal coloca a “comunidade internacional” em uma posição desafiadora
A Corte Internacional de Justiça ordenou, em 26 de janeiro, que Israel tome “todas as medidas ao seu alcance” para evitar um genocídio e mais derramamento de sangue em sua operação militar em Gaza. O caso, histórico, foi apresentado pela África do Sul
Em 7 de outubro, Israel sofreu um grande trauma com o ataque do Hamas contra populações civis e estabelecimentos militares. Uma das causas desse evento trágico é a recusa de Tel Aviv em oferecer uma resposta política à Questão Palestina. A guerra travada atualmente em Gaza, sem nenhum outro objetivo a não ser a aniquilação do Hamas, é portadora de futuros dramas
O temor do ressurgimento de uma judeofobia violenta enfrenta o de uma repetição da Nakba de 1948. Mesmo que seja necessário levar em consideração essas duas angústias para pensar a paz, é preciso não se esquecer de que, nessa guerra, os palestinos são os mais fracos e os menos protegidos
Há meses a diplomacia norte-americana vem fazendo de tudo para favorecer uma reaproximação entre Riad e Tel Aviv. A guerra, porém, compromete os esforços de Washington. Ainda assim, tais esforços teriam contribuído para ampliar o prestígio do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que não poupa iniciativas para aumentar a influência de seu país