‘Inundação de Al-Aqsa’ a luz dos 76 anos de ocupação colonial
Há necessidade de pensar a situação como um processo de “limpeza étnica” dos palestinos ao invés dos termos “guerra” e “conflito” que pressupõem simetria de poder
Há necessidade de pensar a situação como um processo de “limpeza étnica” dos palestinos ao invés dos termos “guerra” e “conflito” que pressupõem simetria de poder
Do cenário internacional à política doméstica: o desafio brasileiro de mediar a crise entre Palestina e Israel, enquanto enfrenta as repercussões e divisões internas sobre a questão
No mundo virtual, temáticas complexas são simplificadas, não permitindo a existência de nuances e de posições razoáveis, que consigam levar em consideração as vidas humanas tanto em território israelense como palestino
Determinado a mudar o regime com a reforma do sistema judicial, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu enfrenta uma contestação popular que não esmorece. Os manifestantes afirmam defender a democracia israelense contra o autoritarismo da coligação de extrema direita no poder. A discórdia não poupa o Exército, enquanto a Questão Palestina continua dividindo os israelenses
Os ataques e contra-ataques entre israelenses e palestinos têm recebido maior atenção do que as demonstrações de insatisfação popular e o choque entre os poderes constitucionais israelenses. A “cortina de fumaça” de Netanyahu parece estar funcionando
Ao dar prioridade às reformas políticas exigidas por seus aliados nacionalistas e ultraortodoxos, Benjamin Netanyahu está empreendendo uma profunda transformação na democracia israelense. Os poderes da Suprema Corte, e também dos juízes, estão na mira de uma coalizão que planeja estender o papel da religião na educação pública e não ceder nada aos palestinos
Em resumo, ainda que a associação não tenha observado “neutralidade” alguma entre o agressor e o agredido, ela errou. Porque toda informação suscetível de frear a mobilização em favor de um país que, como repetem os oficiais franceses, “bate-se por valores que partilhamos” deve ser desacreditada pelo fato de que ela faria “o jogo de Putin”.
O discurso recorrente já assimilado pelo povo é de que o Estado de Israel está “cercado de inimigos por todos os lados os quais ardorosamente almejam a sua destruição e que sem o uso da força é impossível mantê-lo no decorrer do tempo”, é a ideologia da militarização que se estende pela educação e todas as esferas da vida.
A disputa entre israelenses e palestinos não tem relação com o Islã ou com o islamismo
Após a derrota para Israel em 1967, o mundo árabe viveu importantes transformações políticas. As diferentes facções palestinas aproveitaram-se dessas mudanças para fortalecer a luta armada contra o Estado hebreu. A Jordânia tornou-se a retaguarda desse movimento e os combatentes vislumbraram até a possibilidade de derrubar a monarquia. Com forte apoio ocidental, o rei Hussein enterrou a ameaça em sangue
Ainda que seja impossível negar o avanço do apartheid e da colonização palestina, o redwashing segue insistindo que o problema da tragédia palestina está nas vitórias consecutivas da extrema direita em Israel.
Afinal, qual é a diferença entre a continuidade de poder de Netanyahu, que já ocupa o cargo há 13 anos (1996 a 1999 e 2009 a 2019), e os novos ventos vindos do ex-comandante militar centrista para as mulheres palestinas e israelenses? A resposta é: nenhuma. Mais um artigo do especial Feminismos transnacionais.