O império não se desarma
Os Estados Unidos jamais permanecem humildes por muito tempo. Um mês depois de sua derrota afegã, a ordem imperial foi restabelecida. Prova-o a afronta que Washington acaba de infligir a Paris. Um mês? Nem isso. Mal os talibãs acabavam de se apossar do aeroporto de Cabul, os neoconservadores se esgueiravam de novo para fora de seus covis. O Ocidente tinha “perdido o Afeganistão”? Seria preciso então reafirmar sua presença em todos os outros lugares para deixar claro a seus rivais estratégicos, China e Rússia em particular, que ele não recuaria diante do próximo combate. “A guerra não acabou”, resumiu o senador Mitt Romney, ex-candidato republicano à presidência. “Estamos mais em perigo que antes. E teremos de investir mais para garantir nossa segurança.”1 Após disseminarem o caos no Oriente Médio, os Estados Unidos agora voltam os olhos para o Pacífico e mobilizam sua Marinha contra a China. Um casinho de nada,…