O mercado e o jogo eleitoral
O mercado atua nos processos eleitorais visando constranger candidatos do espectro mais à esquerda da política econômica, ensejando um verdadeiro terrorismo, via seu “mal humor” e “pouca receptividade” a ideias dissonantes de seus interesses de curto prazo
A proximidade com o período eleitoral traz para a cena política atores importantes do rito democrático, tais como aqueles que foram alçados à condição de candidatos, os eleitores, as entidades da sociedade civil com suas plataformas programáticas e um ator que não tem cara, não tem CPF nem CNPJ e responde pelo nome de “mercado”. Comumente o “mercado” é quem impacta e, de alguma forma tática, delimita aqueles que serão mais bem aceitos no pleito eleitoral. Diferentemente dos partidos, das coligações, dos eleitores individuais ou representados por entidades coletivas, os porta-vozes dos mercados são uma construção deveras abstrata, uma vez que não falam em nome de um organismo consolidado, mas representam uma percepção tácita e coletiva acordada por um seleto grupo de pessoas que se julgam representantes não somente de suas ideias, mas também do que é o melhor para a “economia”. Observa-se, na grande imprensa, com mais frequência neste…