O novo contexto da privatização
Sob dominância financeira, as instituições de ensino superior privado-mercantis têm seus modos de organização e funcionamento radicalmente transformados ao serem convertidas em grandes grupos econômicos controlados por fundos de investimentos e, em muitos casos, com ações negociadas na Bolsa de Valores
Os censos da educação superior revelam a cada ano a extensão de sua privatização no Brasil. Dados coletados em 2022 e divulgados no ano passado mostram um cenário no qual a meta do Plano Nacional de Educação, ainda vigente, de assegurar um percentual de pelo menos 40% das novas matrículas nas instituições públicas não será alcançada. Hoje, somente 12% das instituições são públicas e com apenas 22% dos 9,4 milhões de matrículas registradas no último Censo.1 No período de 2012 a 2020, a participação do segmento público na expansão de novas vagas foi de apenas 3,6%, e a forte expansão de vagas e matrículas se deu nas instituições privado-mercantis. De fato, o setor privado tem encontrado condições bastante favoráveis de crescimento, especialmente em virtude da ativa desregulamentação, por parte do Estado, da oferta do setor mercantil desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996.…