O perfil do Centrão na nova legislatura
O Centrão praticamente manteve o tamanho, mas sua composição interna se alterou com o fortalecimento do partido de Bolsonaro. Quase todos os outros partidos do grupo sofreram perdas. Porém, não podemos esquecer que a configuração do grupo depende da relação entre Legislativo e Executivo, seja este comandado por Lula, seja por Bolsonaro
A atual legislatura está chegando ao fim. A dois meses do encerramento do atual governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) já é possível afirmar que a “quebra da ordem da velha política” – promessa realizada ainda nas campanhas de 2018 – durou pouco. A partir de 2020, Bolsonaro se rendeu à formação de uma coalizão de governo e distribuiu cargos ministeriais e recursos aos partidos e parlamentares que hoje compõem o chamado Centrão, inclusive por meio do famoso “orçamento secreto”, permitindo ao Executivo negociar a destinação de emendas parlamentares, cujo custeio sai diretamente dos cofres da União, sem que haja transparência acerca da destinação do dinheiro. Esse recurso visa manter sua governabilidade para minimizar custos de sua imagem na opinião pública. Para efeitos de identificação, estamos aqui considerando o Centrão como um conjunto de partidos e parlamentares que habitam a direita do campo político, mas com fraca consistência ideológica, cuja…