O peso dos lobbies em Bruxelas
Na atual configuração do Parlamento Europeu, os lobbies substituem o povo. Longe de seus eleitores, os deputados ficam isolados em Bruxelas e sujeitos a pressões de todos os tipos vindas de grandes companhias como Unilever, Carrefour, Gaz de France, Volvo, L’Oreal e Suez
Os deputados passam, a placa permanece. “Não são os discursos, nem os debates ou os votos que devem resolver as grandes questões, mas determinação, paciência e devoção.” Esta frase está gravada aos pés de uma árvore, na entrada da Assembleia de Bruxelas. Lê-se logo abaixo: “Inaugurada em 6 de dezembro de 2001, por Nicole Fontaine, presidente do Parlamento Europeu”. Mas entre a assinatura e a frase há outra marca surpreendente: um logo da Seap (Sociedade Europeia de Assuntos Profissionais), que incorpora também a Felpa (Federação Europeia de Lobby e de Assuntos Públicos). Já imaginaram a mesma coisa em Paris, Roma ou Madri? Uma homenagem do Movimento das Empresas Francesas (Medef) à Assembleia Nacional, colocada na escadaria da Câmara? Ou os lobbies nucleares que agradeceriam o Senado em sua sede, nos jardins de Luxemburgo? A Seap conta entre seus membros com dirigentes da Unilever, Carrefour, Gaz de France, Volvo, L’Oreal e Suez,…