O porte de “armas” precisa vir antes da posse do título de eleitor
Exijo a redução da idade para o porte de armas, nossas crianças devem ter acesso às armas desde muito jovens
Sou a favor da posse e do porte de armas, de todos os calibres, para toda a população.
Me entenda bem, toda pessoa tem o direito à legítima defesa e vamos ser sinceros? Isso só é possível com a liberação imediata de armamentos, queremos armar as mentes.
Sei que uma pistola fascina e leva franco-atiradores a saírem distribuindo tiros desavisadamente. Hoje em dia a coisa tá feia, você corre o risco de ser atingido por uma bala perdida a qualquer momento, dentro do ônibus, voltando pra casa, parado numa esquina, em chacina dentro de um bar na periferia.
Por isso a população tem o direito de se defender. Exijo a redução da idade para o porte de armas, nossas crianças devem ter acesso às armas desde muito jovens para que comecem a atirar sozinhas com uma pequena garrucha, quem sabe.
Crianças deveriam ganhar um estilingue assim que nascessem. E seus pais têm o dever de atirar todas as noites para embalar o sono dos pequenos.
Nada de esconder as armas em local onde as mãos dos pequenos não alcancem com medo de um disparo acidental. Basta dar o exemplo, pratique e atire perto deles para que os menores aprendam a se proteger e a atirar também. Já pensou se um vagabundo se atreve a invadir a sua casa, justo quando você está ausente? Com o porte de armas você poderá ficar tranquilo porque suas crianças estarão seguras com armas espalhadas por todos os cantos da casa e vagabundo vai passar mal.
Eu digo isso por experiência própria. Adorava atirar com garrucha quando era pequeno. Mas como era proibido levar minhas armas pra escola, fui perdendo o gosto de atirar com mosquete, achava muito arcaico e a mira não era boa.
Na aula de tiros o professor obrigava todos nós a atirar com espingardas antigas e enferrujadas. Sei que era pro nosso próprio bem, pra aperfeiçoar a mira. Mas, como seria possível atirar com espingarda? Mesmo sem antes ter sido apresentado desde o berço ao estilingue, garrucha e nem com revólver a molecada estava acostumada a dar uns disparos.
Lembro como se fosse hoje a primeira vez que peguei num fuzil. Era quadrado, pesadão, brilhava, parecia que nem caberia em minha mão. Ao segurá-lo, me senti tão poderoso que poderia dispará-lo ali mesmo para exterminar qualquer vagabundo parado diante de mim.
Existe um grande clamor popular para revogar o desarmamento da população. Vi gente desesperada se defendendo com o que tem por perto, atirando com escopeta como autodefesa.
Desde esse dia, fiquei convencido que todos precisam do porte de armas dos mais diversos calibres pra mandar vagabundo pra vala sem dó.
Só assim na hora de portar o título o eleitor não apontará para a própria cabeça antes de apertar o gatilho. A maior vítima é o portador de título, sem balas no pente. Precisamos é armar as mentes.
Este é o arsenal que precisa ser liberado:
Arma – Livro.
Armamentos – Livros.
Aula de tiros – Aula de leitura.
Atirar – Ler.
Bala – Ideia.
Bala perdida – Poesia.
Calibre – Quantidade de páginas do livro.
Chacina – Sarau de poesia.
Desarmamento – Sem acesso aos livros.
Disparar – Lidinha rápida.
Escopeta – Livro de autoajuda.
Espingarda – Literatura clássica.
Estilingue – Livro infantil.
Franco-atiradores – Poetas.
Fuzil – Livro de não ficção.
Garrucha – História em Quadrinhos.
Mira – Pensamento.
Mosquete – Livro Escolar.
Pente – Mente.
Pistola – Livro de poesia.
Porte de armas – Portar livros.
Posse – Ter um livro.
Posse de armas – Pequena biblioteca doméstica.
Revolver – Livro de contos.
Tiros – Declamar poesias.
Vagabundo – Preguiça de ler.
Se você der uma arma para uma criança ela atira, se você der um livro ela lê.
*Toni C. é autor dos livros Sabotage – um bom lugar, e do romance O hip-hop está morto!”, criador do coletivo LiteraRUA.