A guerra mais longa
A ocupação dos territórios palestinos é ilegal e constitui uma política que pode ser qualificada como um apartheid, decidiu a Corte Internacional de Justiça em um momento em que Gaza, sua população e suas infraestruturas, especialmente educacionais, estão sendo sistematicamente destruídas pela intervenção israelense. Conscientes de que são alvo da extrema direita, que faz parte da coalizão governamental, os cidadãos árabes de Israel, marginalizados, adotam uma postura discreta. Já a maioria judaica da sociedade, traumatizada pelo ataque de 7 de outubro, oscila entre o desejo de eliminar os palestinos e o temor pelo futuro do país. Nesse contexto, cada dia que passa agrava o calvário dos habitantes de Gaza e aproxima toda a região do precipício
Há várias semanas, o mundo está atento às negociações para acabar com a guerra em Gaza. Com anúncios otimistas – “nunca estivemos tão perto de um acordo” –, mas conclusões decepcionantes – “nos vemos na próxima semana”. Disfarçada por negociações que mantêm os observadores em suspense, a destruição do enclave se intensifica, assim como as ações violentas dos colonos na Cisjordânia. No entanto, no fim de julho, com as ameaças de uma guerra regional, o sentimento de urgência cresceu em Washington: os assassinatos por Israel de um importante chefe militar do Hezbollah, Fouad Chokr, em Beirute, e de Ismail Haniyeh, chefe do escritório político do Hamas, em Teerã, marcaram uma violação de todas as “linhas vermelhas”. A promessa de retaliação feita tanto pelo Irã como pelo secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, levou o presidente Joe Biden, preocupado em evitar ser arrastado para uma aventura incontrolável em pleno ano eleitoral, a…