Os bárbaros estão em nossas portas!
Durante um mês, a cobertura midiática da Nupes foi, a um só tempo, maciça e negativa. Entretanto, em vista do bom desempenho da esquerda na noite do primeiro turno da eleição legislativa, as chefias editoriais substituíram seus disparos cotidianos por uma estratégia do tipo “tapete de bombas”
No dia seguinte ao primeiro turno das eleições legislativas francesas, o ex-ministro da Educação Nacional, Jean-Michel Blanquer, derrotado, lançou-se contra o partido A França Insubmissa, “uma extrema esquerda antirrepublicana” e “cheia de ódio” (BFM-TV, 13 jun.). Por toda parte, a maioria presidencial reservou seus golpes à Nova União Popular Ecológica e Social (Nupes), que reúne A França Insubmissa, Europa Ecologia – Os Verdes, o Partido Socialista e o Partido Comunista Francês. “No fundo, eles querem a anarquia, a desordem e a submissão”, trovejou na CNews a ministra Amélie de Montchalin (13 jun.), enquanto o apelo de Emmanuel Macron ao “bom senso” dos eleitores e ao “esforço republicano” se declinou, na boca de antigos e atuais ministros, em injunções para “barrar a extrema esquerda”: “No próximo domingo, mobilize-se contra a extrema esquerda, que quer menos segurança e mais impostos”.1 Amplificada por múltiplos “pedaços” de entrevistas audiovisuais, essa campanha se desenrolou sobre…