Pacifistas não entendem a ideologia de Netanyahu
Por muito tempo minoritário, o Likud se impôs pouco a pouco como a maior força política de Israel – uma ascensão que deve muito à personalidade de seus dirigentes. Quer se trate de Menahen Begin, primeiro a vencer a esquerda, de Yitzhak Shamir, antigo chefe de uma organização terrorista, ou de Benjamin Netanyahu, o atual primeiro ministro, todos trabalharam para intensificar a colonização dos territórios palestinos
A primeira vitória do Likud Em 17 de maio de 1977, o Partido Trabalhista perdeu as eleições e, pela primeira vez desde a criação do Estado de Israel, o poder passou para a oposição de direita. O Likud entrou no jogo. Menahem Begin, o novo primeiro-ministro, era a favor da anexação dos territórios palestinos. Ele era um fiel apoiador do Gush Emunim [Bloco da fé], a organização sionista religiosa que tem por objetivo desenvolver a colonização na Cisjordânia. Na Kol Israel [A voz de Israel],1 isso significava um novo vocabulário. Não se pode mais dizer “Cisjordânia”, e sim “Judeia-Samaria”; o termo “colônias” foi, a princípio, banido. Tanto quanto possível, não se devia falar de “implantações”, mas de “localidades” judias. Ainda era facultativo, e eu nem sempre utilizava o vocabulário “recomendado”, que, para mim, não conseguia mascarar a realidade da ocupação dos territórios palestinos. Nessas condições, meus comentários e minhas reportagens…