Palavra 27
Ficção Científica: sobre nós e nossa condição
Lá fora, nos Estados Unidos e na Europa, a ficção científica já saiu da infância há muito tempo. A zona de sombra, a zona do crepúsculo, a Twilight Zone da incerteza aumenta cada vez mais. Os tons de cinza estão cada vez mais ricos. E é nessas frestas entre os tentáculos da besta que a ficção científica atual tem encontrado seu nicho
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O bestiário do Cristo
Sem a desconfiança dos primeiros homens da Igreja, ciosos em preservar o dogma cristão contra aquilo que identificavam como um vestígio das idolatrias pagãs, Charbonneau-Lassay vai buscar não só a interpretação religiosa, mas as numerosas fontes pagãs e o modo como os primeiros cristãos se apropriaram de antigos emblemas locais: a águia, o golfinho, a fênix, o íbis no Egito, o leão em Roma
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A casa no morro – Parte 1
Suponhamos um crime. O cenário: um bar na Zona Oeste de São Paulo, em alguma curva escura nos arredores da estação de trem da Lapa. Seria uma hora qualquer muito próxima das duas da manhã, hora em que a dona do bar costumava fechar a casa. Ela, na verdade, a filha do dono. Uma mocinha miúda de cabelos muito encaracolados. Ela os amarrava em um rabo-de-cavalo e os escondia sob uma boina
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Se fosse ficção
Talvez a palavra resolva seguir ao lado da literatura, mas também se mantém sozinha, também é seu próprio alicerce. Apenas ela pode se narrar
AquiRodrigo Gurgel
Gênero literário ainda visto, infelizmente, com preconceito, a ficção científica analisa não apenas o futuro, mas, principalmente, a relação do homem com a tecnologia. Essa é a tese central do artigo de Fábio Fernandes, texto que aglutina história, escritores imortais, análise das escolas contemporâneas e reflexões argutas sobre uma literatura que, dentre outros méritos, obriga o leitor a olhar para muito além de si mesmo.
Pablo Simpson escreve sobre O bestiário do Cristo, a misteriosa emblemática de Jesus Cristo, reeditado em 2006 pela Editora Albin Michel, de Paris, em edição fac-similar, e que reúne 1.157 imagens feitas por Louis-Charles-Joseph Charbonneau-Lassay: cópias de iluminuras, insignes heráldicas, símbolos geométricos, emblemas de animais, peças arqueológicas, capitéis e pórticos de igreja – enfim, tudo que remeta, de alguma forma, à figura de Cristo, de indelével presença no imaginário ocidental.
“Manuel ainda olha para dentro uma vez, acompanha a porta de aço deslizando veloz e o ruído metálico que ecoa na madrugada. A rua toda vazia e ainda os outros que se afastam pela calçada porque não querem estar perto do que poderia acontecer” – Olivia Maia apresenta o 1º Capítulo de “A casa do morro”, o folhetim policial que ela publicará, no transcorrer das próximas semanas, neste Palavra.
Em “Se fosse ficção”, Renata Miloni transforma a literatura e as palavras em personagens angustiadas diante de pretensos escritores, alguns certamente histéricos, e de leitores fanáticos, mais interessados em formar pilhas de livros bem organizadas do que, propriamente, ler.
Até a próxima semana!
Rodrigo Gurgel, editor.