Palavra 40
Ficção e ensaio
Em Philip Roth, como em J. M. Coetzee, a arte não redime nem consola
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Jornada antiépica
Na saga de Serapião Filogônio encontramos ecos de aventureiros arquetípicos, como Odisseu e Enéas
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Jean Grosjean, dois poemas
Enquanto a paisagem se reduz ao essencial, estes poemas nos falam dos movimentos interiores do “eu”, de suas hesitações
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Aquém do enigma
Pela terceira vez, teria de construir uma existência nova a partir de uma que já era inteira. Não que rejeitasse o desígnio. A esse ponto, já fervilhava o desejo de demolir noção atrás de noção, invadir uma a uma as camadas da outra vida, superar as definições reduzidas em nome da interminável descoberta
AquiRodrigo Gurgel
Quais os limites entre ficção e ensaio? E quais as semelhanças e diferenças entre Elisabeth Costello e Nathan Zuckerman? As respostas a essas questões – e a várias outras – estão no artigo de Gregório Dantas, no qual ele compara os universos de Philip Roth e J. M. Coetzee.
Antonio Carlos Olivieri analisa o romance O quase fim de Serapião Filogônio, de Jonas Rosa. “Jornada antiépica de um anti-herói”, Serapião é macunaímico e, também, herdeiro daqueles mortais que sempre caminharam equilibrando-se entre a amizade e o ciúme dos deuses. Que veredas ele será capaz de trilhar?
Pablo Simpson traduz dois poemas de Jean Grosjean – pequenas, delicadas, perturbadoras plantas venenosas, de sedutor perfume, capazes de nos acordar para as horas que passam lentamente, sem jamais nos oferecer um veredicto.
Em sua crônica quinzenal, Diego Viena retoma um dos temas mais caros à literatura: o da mulher que passa, que flana, “entornando a poesia” (como na música de Chico Buarque) ou, como no soneto de Baudelaire, concedendo la douceur qui fascine et le plaisir qui tue (a doçura que encanta e o prazer que assassina).
Boa leitura e até a próxima semana.
Rodrigo Gurgel, editor.