Palavra 51
As lições de “A cartomante”
Machado de Assis, antes de tudo artista, é um grande fazedor de tramas, que embaralha maliciosamente as cartas e o leitor
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O sonho (e o destino) dos heróis
“O sonho dos heróis” não é apenas a história de um indivíduo em busca de seu destino, mas a de certa Argentina no final dos anos 20
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Kadaré e sua cidade-pedra fundamental
Publicado pela primeira vez em 1970, “Crônica na Pedra” é fundamental para os que desejam se aprofundar no universo peculiar da criação do escritor albanês
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Mais que filosofia, ciência e literatura
O mistério é o lugar onde não estamos, nem chegamos, a não ser por acreditar nele como algo a aceitar
AquiRodrigo Gurgel
Abrimos nossa última edição de 2008 com a leitura de David Oscar Vaz sobre o conto “A cartomante”, de Machado de Assis. Não é fácil chegar ao sanctum santorum de algumas narrativas machadianas, mas nosso colaborador ergue a pesada cortina que separa os leitores comuns da miríade de intenções tramada pelo Bruxo. Os que apreciam Machado se deliciarão. E os que se pretendem escritores poderão compreender por qual motivo o tempo se encarrega de jogar no esquecimento a maior parte do que é publicado.
Gregório Dantas analisa O sonho dos heróis, de Adolfo Bioy Casares, e nos mostra como, na opinião do grande amigo de Borges, o fantástico está profundamente ligado à própria natureza do literário.
Marina Della Valle relata suas impressões sobre o albanês Ismail Kadaré e seu Crônica na Pedra. Para Della Valle, Kadaré “nos encanta com suas histórias de uma Albânia misteriosa, explorando essa imagem borrada e indelével que resiste à globalização”.
Fechando nossa edição, a crônica de André Resende enfoca o Grande Colisor de Hádrons e a partícula Deus. Diante da ciência que pretende encontrar todas as respostas, o cronista chama nossa atenção para a real última fronteira: “a catalogação dos detalhes e a exploração dos detalhes na constituição dos seres”, salientando que “há muito mais a fazer e a pensar do que toda nossa vã ciência imagina ou consegue entender”.
Boa leitura – e até 2009 (voltamos em 9 de janeiro)!
Rodrigo Gurgel, editor.