Para que lado estamos levando o capitalismo?
Por que apoiamos e suportamos um sistema que de forma geral prejudica a todos nós em benefício de um número cada vez menor de pessoas? E, faz sentido que tão pouca gente tenha tanto poder nas mãos ultimamente?
Recentemente uma pesquisa divulgada pelo Wall Street Journal apontou para uma realidade que, embora não seja nova, infelizmente está sendo normalizada no sistema capitalista, a concentração de grandes fortunas nas mãos de um grupo cada vez menor de pessoas. Segundo o levantamento, 50 pessoas no planeta possuem fortunas superiores a R$300 bilhões e 16 entre estes 50 concentram recursos acima de R$600 bilhões.
Não é natural, apesar dessa realidade ser normalizada hoje em dia, que a concentração de renda conquistada pelo uso e exploração do trabalho de 99% dos operários e trabalhadores do mundo termine nas mãos de apenas 1% das pessoas no planeta. Esse tipo de realidade não apenas está cada vez mais evidente, como aparenta estar crescendo nos últimos anos.
Outro relatório recente, dessa vez da OXFAM, organização não governamental internacional que atua com foco em pesquisas sobre concentração de renda, mostra que em 2024 houve uma aceleração desse processo de transferência da riqueza das camadas mais populares para os mais ricos. Artigo da Agência Brasil de janeiro deste ano mostra que “o ritmo de enriquecimento dos super-ricos aumentou três vezes em relação a 2023”. Ricos sendo tornados mais ricos e pobres sendo tornados mais pobres. Isso, em um sistema que foi idealizado para garantir oportunidades de ascensão social em todos os lugares que o implementaram.
O mito de que qualquer pessoa munida com força de vontade suficiente para ascender socialmente através da educação e do trabalho tem sido cada vez mais apenas isso, um mito. No Brasil de hoje, sem sombra de dúvidas um país capitalista, seguidor de preceitos neoliberais, fora das políticas públicas de viés social que o Estado oferece às vezes, não há alternativa para a maioria das pessoas.
Exemplo dessa concentração é o surgimento de um novo tipo de ser humano, capaz de tomar conta de um tipo de poder impensável, maior em termos econômicos, políticos e sociais do que quaisquer outros seres humanos jamais tiveram em toda a história do planeta.
Nossa passividade com relação ao modelo que estamos usando, ou em que transformamos o modelo original, intensifica um sentimento de que há algo de errado conosco. Afinal, por que apoiamos e suportamos um sistema que de forma geral prejudica a todos nós em benefício de um número cada vez menor de pessoas? E, faz sentido que tão pouca gente tenha tanto poder nas mãos ultimamente?
Aparentemente, o modelo econômico que estamos usando tem sido capaz, não apenas de empobrecer pessoas e países em ritmo acelerado ao redor do mundo, como tem a capacidade de introduzir no subconsciente popular a ideia de que de alguma forma esse quadro econômico que presenciamos hoje é o natural e de que a economia simplesmente funciona assim e não há nada que possamos fazer.
Seja essa a realidade de herdeiros de grandes marcas ou de novos empreendedores do setor tecnológico, esse tipo de distorção não parece fazer sentido, mesmo para o sistema capitalista. Não é natural, saudável ou mesmo sustentável que um sistema funcione de maneira a concentrar parte tão significativa da renda do planeta nas mãos de tão poucas pessoas. Ao contrário do senso comum, o capitalismo não nasceu para o acúmulo de riqueza, e sim para a acumulação de capital, que, como o nome já diz, precisa ser reinvestido no sistema para continuar desempenhando seu papel no crescimento socioeconômico do restante da humanidade. E isso tem sido o contrário do que todos esses bilionários estão fazendo.
Os recursos acumulados pelos empreendedores precisam necessariamente retornar na forma de investimentos na economia real, caso contrário não podem ser chamados de capital e não realizam sua função principal. O sistema capitalista tem esse modus operandi como objetivo principal e isso precisa ser respeitado. Há obviamente um mecanismo de dissimulação entranhado no capitalismo de hoje que foi criado para deturpar a origem desse sistema econômico e que muda grosseiramente seus preceitos originais.

A austeridade de Clara Mattei
Aparentemente, ao longo do tempo as elites empresariais espalhadas pelo mundo utilizaram-se de mecanismos como as relações assalariadas, a propriedade privada dos meios de produção e os diferentes instrumentos de austeridade para pressionar os trabalhadores para que estes se sentissem cada vez mais envolvidos com um modelo de transferência de renda que claramente não os beneficiava.
A economista italiana Clara Mattei escreveu recentemente um maravilhoso livro intitulado A Ordem do Capital, onde ela aborda como o sistema capitalista foi capaz de transformar grandes revoltas populares, que originalmente brigavam pelo controle do poder político e econômico no mundo, em pequenas disputas internas nos países por melhorias nas condições de trabalho e como os trabalhadores vêm se afastando do debate principal.
Segundo a economista, o sistema capitalista munido de instrumentos como “relações assalariadas”, “controle dos meios de produção” e diferentes tipos de “austeridade” foi capaz de pressionar de tal maneira os trabalhadores da indústria no início do Século XX, que estes terminaram por deixar suas reivindicações iniciais de lado a fim de abraçar uma sobrevivência medíocre, não apenas para o padrão de vida que poderiam ter caso realmente houvessem assumido o controle sobre a economia e a política no mundo, mas também e principalmente se considerarmos o padrão de vida dos reais detentores dos meios de produção nos dias de hoje.
Não foi outra coisa, senão a acumulação de capital, como demonstra de maneira brilhante a economista italiana, que exerceu tamanha pressão sobre as camadas populares que mesmo os países onde a insatisfação operária extrapolava o nível político tornaram-se exemplo de domesticação dos trabalhadores.
Para elucidar essa mudança de comportamento, a autora utiliza como exemplos as greves gerais na Itália e Inglaterra após a primeira guerra e a ocupação das fábricas pelos operários nos dois países em 1919 e 1920. Dilacerados pela primeira grande guerra no continente europeu, a maior parte dos trabalhadores das fábricas havia se unido em greves e protestos violentos para buscar uma maior participação popular nas decisões políticas e econômicas de seus países.
Na época, a resposta da elite foi a criação de políticas de austeridade industrial, fiscal e monetária, porém, defendidas pela elite econômica europeia criaram recessões duradouras nos países onde as revoltas operárias eram mais fortes e frequentes e com o passar dos anos, fatores como a fome e as péssimas condições de trabalho acabaram por colocar um fim no descontentamento popular.
Há ainda mais um mecanismo, descrito em obras recentes, que foi capaz de influenciar a psique dos trabalhadores mais pobres dando-lhes a falsa sensação de pertencimento a um sistema que claramente os exclui do aumento da renda e os alija das oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
Esse outro mecanismo é a palavra dos “especialistas” em assuntos econômicos. Gente que se esconde atrás de fórmulas incompreensíveis, títulos honoríficos, termos rebuscados e conferências econômicas em lugares frios e distantes para dar um ar de legitimidade e erudição capaz de falsear uma realidade que é absolutamente injusta e cruel, sobretudo com os mais pobres.
O berço da legitimidade de muitos desses especialistas econômicos foram as conferências econômicas. Criadas no início do Século XX para fazer frente ao enorme despertar das classes operárias na Europa após a primeira guerra mundial. Com o apoio dos meios de comunicação da época, davam um ar de necessidade ao modelo econômico vigente e à transferência de riqueza entre a sociedade.
Seduzidas pelos meios de comunicação e pressionadas pelos cruéis instrumentos econômicos, as camadas populares foram permitindo a infiltração em seu próprio discurso de luta de contextos opacos e pouco racionais, criados especialmente para domesticá-las. Discursos estes que se encaixavam perfeitamente no dia a dia do trabalhador médio e faziam-no sentir como se o sistema fosse perfeito e houvesse sido criado para ajudá-lo em sua evolução. O trabalhador médio acaba por acreditar que, mesmo sem mecanismos de proteção social, pode ver sua vida ser transformada caso se esforce. Mesmo entregando comida e mesmo dirigindo seu próprio veículo para gerar riqueza a terceiros.
A precarização que vemos hoje no mercado de trabalho é grave e precisa ser combatida. O livre mercado não vai e não quer corrigir essa realidade.
A esquerda irresponsável
Parcela significativa da culpa pela intensificação da crueldade do sistema capitalista atual é dos partidos políticos “localizados” mais à esquerda. No Brasil, os partidos que foram forjados na luta dos trabalhadores se veem totalmente envolvidos com um sistema econômico com o qual eram plenamente capazes de lidar e atribuir uma distância de posicionamento, a fim de defender políticas sociais transformadoras e maior participação política e econômica dos trabalhadores. Há décadas, porém, a esquerda perdeu o fio da meada da história e se confundiu, confundindo também seu público principal, com pautas sem sentido ou profundidade política.
O desvio de foco no posicionamento político desses partidos permitiu que os mecanismos de concentração de poder e renda fossem aprimorados e a desigualdade crescesse. Sim, grande parte da culpa é da esquerda por ter desistido de lutar pelos trabalhadores. Com o tempo, os partidos se distanciaram das lutas originais. A defesa de pautas identitárias, obviamente importantes, ocupa um espaço que é menor em termos de estratégia para transformação da realidade socioeconômica que a luta por mais poder político-econômico para a classe trabalhadora como um todo.
Ao abandonar pautas históricas de luta, como o acúmulo de riqueza e o poder pelas elites, os partidos políticos jogam no colo dos “especialistas” o controle da narrativa sobre como o sistema capitalista funciona e como deveria funcionar. Não deveriam estar ocupados debatendo meramente pautas identitárias. Embora estas, como já disse, sejam fundamentais para a melhoria da qualidade de vida de grande parcela da população no mundo contemporâneo, não chegam sequer perto da importância que é a luta por ampliação da participação política e econômica.
São as instituições inclusivas do ponto de vista econômico e político que importam, diria o economista turco Daron Acemoglu.
A eleição presidencial americana e a volta de Donald Trump ao poder são emblemáticas dessa transformação no discurso da esquerda. Democratas abandonaram suas pautas originais em defesa de temas menores e a narrativa da defesa do trabalhador comum passou a ser controlada pelos Republicanos. Hoje, quem defende o trabalhador americano é um partido conservador e de direita nos Estados Unidos.
No Brasil não é diferente, quem ecoa a voz do trabalhador aqui é a direita conservadora. O Partido dos Trabalhadores perdeu totalmente o controle da narrativa e, por isso, o risco eleitoral em 2026 é evidente e não há marqueteiro que resolva o problema. Veja bem, a direita conservadora brasileira obviamente não defende o trabalhador, apenas discursa em seu favor atribuindo-lhe um poder que ele claramente não tem, enquanto os partidos de esquerda perdem tempo debatendo temas impressionantemente menores. O abandono das pautas confunde quem precisa de uma mão política mais firme na defesa e ampliação de seus direitos.
Esse abandono, e a adoção dos mesmos mecanismos de opressão estudados por Clara Mattei, permitiu que o acúmulo de riqueza fosse cada vez maior nas últimas décadas. Ao ponto de fugir do controle.
Tanto que não se debate mais uma mudança no sistema econômico como era comum no início do século XX. Atualmente se discute se realmente faz sentido para o sistema em vigor que os super ricos tenham algum tipo de taxação sobre suas fortunas. Impressiona, além de em pleno 2025 ainda estarmos debatendo sobre se grandes fortunas deveriam ser taxadas ou não, que camadas populares pertencentes aos 99% defendam o 1% mais rico.
Trabalhadores pobres defendendo os super ricos é um exemplo de como o controle da narrativa é importante. Não é racional, não é razoável, sequer é natural que uma pessoa que faz parte da classe trabalhadora e que muitas vezes trabalha sem o auxílio de mecanismos de proteção social saia em defesa do acúmulo de riqueza pelos bilionários do mundo. Aqui, um século após o surgimento das conferências econômicas internacionais, seu efeito é plenamente percebido.
Hoje, apesar da distância entre aquilo que o sistema capitalista se propunha a fazer e aquilo que ele realmente faz, entre o mito e a realidade da vida cotidiana, o trabalhador continua acreditando que os recursos acumulados serão reinvestidos e que a taxação de grandes fortunas, para citar apenas um dos mecanismos que deveriam ser criados com urgência a fim de corrigir o sistema, afastaria os investimentos privados.
A realidade é que a taxação de grandes fortunas não afastaria os investimentos privados. Hoje, diferentes obras econômicas sugerem que as maiores transformações em termos de produtividade, de aumento da renda e da qualidade de vida da população do planeta não ocorreram em função do investimento privado, fruto da acumulação de capital. Essas grandes transformações ocorreram como fruto do papel do Estado.
Mariana Mazzucato, curiosamente outra economista italiana, escreveu um interessante livro intitulado O Estado Empreendedor, no qual narra os distintos tipos de investimento no mundo empresarial feitos com recursos públicos e como esses investimentos foram capazes de transformar a realidade econômica de vários setores. Embora o Estado jamais tenha levado a fama pelas grandes inovações.
Os superbilionários e a acumulação além do capital
Nós sabemos que a economia não funciona sem a participação do Estado, principalmente as maiores economias do mundo. E é nesse sentido que o acúmulo de quantidade absurdas de dinheiro nas mãos de um grupo muito pequeno de pessoas passa a ser perigoso.
Se economicamente é imprescindível que a riqueza gerada pelos trabalhadores com o uso do capital acumulado seja repartida com um grau de igualdade e justiça mais elevado a fim de gerar novos investimentos e melhorar o padrão de vida de todas as pessoas envolvidas no sistema, politicamente, infelizmente, temos posicionado os acumuladores num nível de poder extremamente perigoso para a manutenção da ordem política, econômica e social que demoramos tanto tempo para criar.
A acumulação de capital, nos níveis que estamos testemunhando hoje, além de não ser economicamente interessante, pois não resulta em novos investimentos no próprio sistema, politicamente tem se mostrado um verdadeiro desastre.
Elon Musk, cotado para assumir o posto de primeiro trilionário do mundo, cafona como sempre, extrapola com seus projetos os limites do próprio planeta Terra. Temas que jamais deveriam estar em mãos privadas, como os rumos da humanidade, concentram-se nas mãos de uma única pessoa ultimamente.
A concentração de renda e poder nas mãos de Musk hoje torna-o, querendo a humanidade, seus compatriotas ou demais pessoas do mundo ou não, um ser humano com capacidade de sonhar e realizar além do desejo de grandes personalidades que já tiveram o privilégio de pisar neste planeta. O excessivo acúmulo de capital torna-se acúmulo de poder político quando a relação entre os mega acumuladores e os políticos culmina na usurpação do poder “democraticamente” concedido a esses últimos pelos primeiros.
Da mesma forma, o elevado grau de influência conquistado por Musk e os demais bilionários na política americana, tem influenciado na transferência de recursos públicos dos Estados Unidos para suas empresas. Então, não apenas o sistema colaborou para a concentração de riqueza, como permitiu que os bilionários comprassem participação política a fim de não precisarem mais mexer no dinheiro acumulado quando tocam os seus projetos privados.
Afinal, se estou próximo do poder ao ponto de influenciar o presidente diretamente, para que vou mexer na fortuna que já acumulei? É mais fácil tocar meus projetos com dinheiro público, com o seu dinheiro leitor. E a situação dos bilionários fica ainda melhor quando você aplaude o que estão fazendo.
Reportagem recente da Folha de São Paulo descortina essa realidade quando joga luz sobre os US$38 bilhões recebidos por meio de “contratos governamentais, empréstimos, subsídios e créditos fiscais” pelas empresas de Elon Musk nas últimas duas décadas. Apenas em 2024 foram comprometidos mais de US$6,3 bilhões. A reportagem sugere ainda que os valores podem ser bem mais elevados porque há contratos que não foram divulgados publicamente.
Hoje, Musk faz o que quer com a economia americana e tenta levar sua influência para outros países em um claro projeto para moldar a geopolítica internacional a seus próprios interesses. Assim como têm tentado fazer outros bilionários no mundo.
A ordem mundial passa por uma grande mudança. Hoje, não são apenas países que disputam a hegemonia política e econômica global, as grandes corporações tecnológicas já estrearam nesse novo cenário. Agradeçam aos Estados Unidos. A ascensão econômica chinesa, presenciada por todos nós nas últimas décadas, tem sido capaz de mudar a direção de muitos dos investimentos privados e públicos ocorridos no mundo nos últimos anos. A China, embora seu modelo econômico tenha sido construído com uma base de políticas e estratégia muito próprias (escrevi um artigo no ano passado tratando do assunto), ainda precisa seguir o modelo de negócios capitalista nas suas relações com empresas nacionais, estrangeiras e mesmo quando comercializa com outros países.
Porém, talvez a partir de agora, seja necessário se preocupar em garantir que sua estratégia de crescimento também leve em conta a fluidez do poder político americano, que está saindo das mãos dos políticos tradicionais e sendo absorvido pelos multibilionários.
Não apenas nesse caso específico, mas nos casos em que presenciamos a ascensão e a queda de empresas multinacionais ou países, essas “falhas” e “correções” são observadas segundo uma mesma base formada pelo sistema capitalista e pela ordem mundial pré-estabelecida. O que vemos ocorrer atualmente no mundo hoje, sobretudo e principalmente, no Norte Global é algo distinto.
Infelizmente não há mais tempo para mudança de sistema econômico. Perdemos o bonde da história quando deixamos os trabalhadores serem pressionados sozinhos e desviamos o foco do necessário debate político.
Ao mesmo tempo, o próprio sistema capitalista nasceu da necessidade de aplicação do capital acumulado pelas empresas dentro do próprio sistema. Não podemos hoje atuar pela ruptura de modelo econômico, mas podemos pressionar de volta para que os investimentos privados realmente ocorram como deveriam ocorrer e que a taxação de grandes fortunas seja apenas o começo desse processo. O mundo não precisa de bilionários, o mundo precisa que o sistema capitalista devolva à população mundial e aos trabalhadores o dinheiro acumulado, prioritariamente como forma de investimento na economia real.
Rafael Cabral Maia é economista com experiência em consultoria empresarial na América Latina. Escreve artigos para a Diplomatique desde 2024.
Fontes:
Artigo muito bem escrito, abordando um tema central no capitalismo atual. Faz críticas e ponderações importantes, apesar de, por fim, defender a necessidade de um retorno ao “verdadeiro” sentido da “acumulação de capital” – capitalistas devem não só acumular riquezas para si, mas devem reinvestir para gerar mais empregos e circulação de dinheiro na economia. Aqui, poderia ter mostrado as diferenças entre mais-valia e lucro – as duas formas de enriquecimento do capital Que Rafael não se deixa influenciar pelo marxismo e que defende um tipo de “humanização do capitalismo” ficou claro. Mas, fiquei curiosa: por que ele evitou usar o conceito “ideologia” nesse artigo? O curioso é que ele usa termos que podem se confundir com “ideologia” (como senso comum, distorção, dentre outros), ou seja, perdeu a oportunidade de esclarecer melhor o funcionamento dessa estratégia poderosa que manipula mentes e almas que é a “ideologia” (no sentido sociológico do termo). Temos muito para pensar – e, quem sabe, fazer.