Piratas tomam a Islândia de assalto
Fortemente atingida pela crise financeira e pelo colapso de seu sistema bancário em 2008, a Islândia exibe hoje uma saúde econômica resplandecente. Se por um lado esse pequeno país conseguiu rapidamente se recompor afastando-se da ortodoxia liberal, por outro as promessas de refundação do contrato social ainda precisamPhilippe Descamps
Nenhum policial no horizonte, nenhuma invectiva entre os militantes: o Fórum Nórdico reuniu no início de setembro todos os partidos políticos islandeses em um clima de muita paz. Às vésperas das eleições legislativas de 29 de outubro, os principais candidatos se expressaram sob um modesto toldo instalado na frente da Universidade de Reykjavik. Devido aos 64 graus de latitude, a inclinação dos raios solares confere à luz uma grande suavidade, enquanto uma brisa traz um pouco de frescor. Nos debates, o futuro da Constituição apaixona mais que a imigração; a construção de moradias, bem mais que o nível dos impostos. A proteção dos dados pessoais ou o aquecimento global aparecem em lugar de destaque. Crise… Que crise?
Na ilha vulcânica, a lava continua fervendo sob as geleiras desde o desastre financeiro de 2008. Em abril de 2016, uma erupção popular varreu em 48 horas o primeiro-ministro, Sigmundur Davíð Gunnlaugsson, envolvido com os Panama Papers. Por sua vez, o presidente da República, Ólafur Ragnar Grímsson, pego pelas revelações relativas ao dinheiro de sua esposa disfarçado num paraíso fiscal, teve de desistir de concorrer nas eleições de junho, após vinte anos no poder. Enfim, em meados de setembro, as pesquisas deixam entrever um novo modelo, com o Partido Pirata à frente das intenções de voto.
Há oito anos, esse país de 320 mil habitantes perdido no meio do Atlântico Norte viveu um pesadelo. Os primeiros dias de outubro de 2008 viram o colapso dos três principais bancos, cujos ativos representavam nove vezes a produção nacional, enquanto iam como fumaça o essencial da capitalização das Bolsas e uma parte da poupança das famílias. Só a intervenção maciça do Estado por meio da nacionalização dos bancos, da garantia dos depósitos dos habitantes e de um estrito controle dos capitais permitiu evitar o caos social e a falência das principais empresas. Em 2016, o país exibe superávit orçamentário, dívida em nítido recuo, crescimento de mais de 3% e taxa de desemprego de 2,7%…1 A Islândia aparece entre os primeiros do mundo em termos de renda per capita e apresenta a mais alta taxa de emprego dos países industrializados, com 84,7% ativos entre a população em idade ativa (64,5% na zona do euro, 50,8% na Grécia).2
Chamado à cabeceira do leito de morte da Islândia pelo primeiro-ministro, Geir Haarde, o FMI concedeu ajuda financeira até 2011. Mas mesmo os economistas do fundo tiveram de aceitar que essa história de sucesso deve muito às medidas antimercado e sobretudo à decisão do governo de priorizar os que fazem depósitos em relação aos acionistas e de não assumir a responsabilidade pelas perdas dos bancos, ao contrário da postura irlandesa.3 Após a “revolução das panelas”, que destituiu do poder o Partido da Independência (conservador, aliado aos sociais-democratas), a maioria da esquerda eleita em abril de 2009 (sociais-democratas e esquerda ecologista) aplicou medidas de austeridade. Porém, ela se esforçou para reduzir os juros dos empréstimos a particulares, anulando sobretudo as dívidas que ultrapassavam o valor das propriedades, usando para isso as receitas do Estado social a fim de atenuar o impacto da recessão sobre as famílias.4 De um lado, os programas sociais voltados para as rendas mais baixas foram reforçados (as transferências para as famílias e a proteção social, fora a aposentadoria, passaram de 15% do PIB em 2008 para 19,5% em 2009); de outro, as rendas mais altas se viram fortemente levadas a contribuir por meio de impostos (por exemplo, para os 10% mais ricos, o imposto passou de 24% da renda disponível em 2008 para 31,8% em 2010). Assim, além do retorno rápido do crescimento e da queda do desemprego, o exemplo islandês se caracteriza pela redução da desigualdade que acompanhou a saída da crise (ver gráficos).
Banqueiros condenados à prisão
“Nós também recusamos as privatizações e introduzimos uma grande quantidade de cursos para pessoas que perdiam o emprego”, explica Katrín Jakobsdóttir, ministra da Educação na época. Hoje chefe do Movimento Esquerda Verde, ela considera que ter podido desvalorizar a moeda e não ser membro da União Europeia foi uma sorte: “A política econômica do Banco Central Europeu foi excessivamente guiada pela luta contra a inflação. Com tais taxas de desemprego, as medidas de austeridade tomadas na Grécia, Espanha, Portugal despertam a ira da população, o que pode levar a caminhos muito perigosos. Achamos que é preciso repensar a política com base em uma abordagem keynesiana”.
Os islandeses, que, esperando ficar ricos, por muito tempo haviam reconduzido ao poder os partidários da desregulamentação e da privatização dos bancos, descobriram assim o lado ruim das finanças. O desejo de ser bem-sucedido e o espírito pioneiro forjado nessas terras ingratas deram lugar à sede por justiça e ao desgosto em relação à trapaça. “A expectativa era tal que muitas das pessoas que não possuíam mais nada não compreendiam todas as precauções de procedimento. Mas as providências em relação a crimes financeiros se mostram muito mais difíceis que para outros crimes”, lembra Ragna Árnadóttir, indicada ministra da Justiça no auge da crise. Hoje vice-diretora da Companhia Nacional de Eletricidade, ela ainda parece marcada por essa experiência: “Quando as pessoas não creem mais no sistema, cabe a ele encontrar a via para reconquistar a confiança do povo. Nós conseguimos isso? Não sei”. As investigações do grupo especial de magistrados e policiais5 permitiram o envio de vários banqueiros para a prisão e a condenação (sem punição) de Haarde. Mas o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ainda não se pronunciou sobre a sorte do ex-primeiro-ministro, e a maior parte dos banqueiros já retomou seus negócios.
“Nós não percebemos o que as pessoas realmente esperavam depois do ótimo relatório parlamentar6 sobre o que não funcionava na esfera política e no sistema bancário”, explica Birgitta Jónsdóttir, do Partido Pirata, que estaria destinada a presidir o próximo Alþingi (Parlamento) em caso de sucesso. Artista, militante do WikiLeaks e de uma associação ecologista, ela se lançou na política em 2009 com o Movimento dos Cidadãos. Depois, assumiu uma cadeira no Parlamento e fundou o Partido Pirata em 2012. “Por exemplo, nós nem sempre separamos os bancos de depósito dos ‘bancos-cassino’”, continua. “A elaboração de uma nova Constituição foi um belo momento. Temos um bom texto sobre a separação dos poderes, a transparência e a responsabilidade,7 mas, apesar de sua aprovação por referendo, o processo está bloqueado pelo Parlamento desde 2013.” Em junho de 2010, ela obteve o voto de uma resolução unânime dos deputados em apoio a uma “iniciativa para a modernização dos meios de comunicação” que visava transformar a Islândia num paraíso da liberdade de expressão e em refúgio para os denunciantes: “Esse também permanece um projeto inacabado. Os textos das leis esperam para passar pelo Parlamento. Embora a tecnologia evolua rapidamente, não escrevemos as leis tão depressa”.
Referendos contra a Comissão Europeia
O retorno da direita ao poder em abril de 2013 congelou o processo de refundação da vida política. A esquerda não soube responder à aspiração por mais democracia e a certos problemas concretos, como a insuficiência de moradias. Ela pagou sobretudo por suas posições sobre a Europa e o reembolso dos investidores estrangeiros. Desde os anos 2000, a Aliança Social-Democrata militava, tal como a poderosa Confederação Islandesa do Trabalho, para entrar no euro a fim de não mais sofrer as variações da moeda, explica Kristján Guy Burgess, seu secretário-geral: “Ao lançar o processo de adesão à União Europeia em 2009, pensávamos que seria possível obter um bom acordo, ainda que houvesse questões muito difíceis, como a proteção de nossa pesca e de nossa agricultura. Hoje, ainda precisamos de uma solução monetária sustentável para suspender de forma serena o controle dos capitais. Poder desvalorizar nossa coroa foi de fato uma vantagem durante e após a crise, mas sua volatilidade representa também uma causa dela, oferecendo a possibilidade de especular sobre taxas de juros com um banco central pouco econômico”.
“O governo começou a perder a confiança da população por causa do dossiê Icesave”, reconhece Burgess, se justificando: “Sabíamos que iríamos pagar politicamente por ele, mas precisávamos trabalhar pelo interesse nacional”. Após a falência do banco Icesave (sucursal do Landsbanki), o Reino Unido e a Holanda reclamaram o reembolso dos depósitos de seus cidadãos moradores na Islândia. Sob pressão europeia, o governo islandês se mostrou aberto a um compromisso custoso para seus contribuintes. Foi então que o presidente Grímsson, saindo de sua função protocolar, soube transformar a revolta da população contra o sistema capitalista em cólera contra britânicos e holandeses. Por duas vezes, em março de 2010 e abril de 2011, os eleitores rejeitaram um acordo validado pelo Parlamento, mas que ele havia submetido a um referendo.8 Teimosa em sua determinação de fazer os islandeses pagarem, a Comissão Europeia levou o caso ao tribunal internacional da Associação Europeia de Livre-Comércio (Aele), que deu decisão contrária a ela em 28 janeiro de 2013.9 O tribunal considerou que o Estado não tinha falhado com as obrigações do Espaço Econômico Europeu ao não garantir ele próprio os depósitos dos estrangeiros. Depois, a venda dos ativos do Landsbanki permitiu reembolsar em parte esses aprendizes de especulador.
“Não confundir manifestante com eleitor”
Prometendo ajudar as famílias endividadas e aprovando o recurso ao referendo pelo chefe de Estado, o Partido do Progresso (centro-direita, de origem agrária) e o Partido da Independência assumiram uma postura de falsa castidade que permitiu seu retorno ao comando. Deputado do Partido da Independência, Vilhjálmur Bjarnason reconhece a vantagem inesperada que se apresentou quando de seu retorno: “Tivemos muitas oportunidades em dois campos-chave: o turismo e a pesca. Ao bloquear o tráfego aéreo por vários dias em 2010, a nuvem de fumaça do vulcão Eyjafjöll tornou a Islândia conhecida como um destino de aventura e provocou uma explosão do turismo. E, com o aquecimento dos oceanos, gigantescos cardumes de carapau sobem para o norte para se jogar nas redes dos pescadores islandeses”. Apesar do alvoroço suscitado em seguida pelos Panama Papers e do rápido descrédito da maioria atual, ele se mostra otimista às vésperas da votação: “Não devemos confundir os manifestantes com os eleitores”.
Esses eleitores conservadores podiam ser encontrados em 3 de setembro no imóvel moderno e faustoso que abriga a sede de seu movimento. A maior parte dos partidos islandeses se converteu ao rito das primárias, e naquele dia tratava-se de indicar os candidatos para as 63 cadeiras em jogo. Grandes veículos de luxo ou 4×4, joias bem visíveis, saltos altos para as mulheres, trajes impecáveis e belos relógios para os homens, a composição social dos votantes é caricatural. Na sala protocolar, grandes retratos lembram que o partido dominou a vida política da independência, em 1944, até 2009.
A direita soube compreender que, com os desapontamentos da Grécia e do euro, os eleitores das camadas mais desfavorecidas se afastariam mais dos partidários da União Europeia (essencialmente os sociais-democratas) do que daqueles que votaram reduções de impostos para os mais favorecidos. Eurocéticos por cuidado com os interesses de sua clientela (sobretudo os armadores), seus líderes chegaram a acreditar que eram capazes de aumentar sua vantagem escrevendo à Comissão Europeia em março de 2015 para que a Islândia “não fosse mais considerada candidata”. Porém, isso provocou uma enorme irrupção. Porque, ainda que se oponham majoritariamente a uma adesão, muitos eleitores teriam preferido examinar a situação na ocasião do referendo prometido por aquele governo. Essa traição das promessas eleitorais deu ensejo a uma dissidência entre os conservadores, com a emergência de um novo partido eurófilo de centro-direita, o Viðreisn, que poderia desempenhar o papel de árbitro na formação da próxima maioria. O episódio deu impulso ao Partido Pirata, arauto da democracia direta, levando-o a mais de 40% das intenções de voto, antes que ele caísse para algo entre 20% e 30%.
O ambiente na sede do Partido Pirata configura um universo totalmente diferente: uma bandeira violeta flutuando ao vento no meio de uma área de reunião inacabada, escrivaninhas estreitas em duplex de frente para o mar (e para as baleias). Na parte de dentro: pequenas bandeiras piratas, jarras piratas para cerveja, um espaço para crianças com um barco pirata, uma estante cheia de jogos de salão… Idade média dos candidatos: 30 anos. Eles estão prontos para o poder? “Estamos prontos para redistribuir o poder”, responde Björn Levi Gunnarson, técnico em informática no ensino público. “Temos uma responsabilidade internacional: a de criar a esperança de que se pode mudar a política”, acrescenta Viktor Orri Valgarsson, jovem doutor em Ciência Política.
“Piratas respondem à sua maneira”
Eles são de esquerda ou de direita? Pergunta errada! “Somos antirracistas, internacionalistas, pelo Estado social de tipo nórdico, pelo acesso de todos à educação e saúde, não importa a renda ou o domicílio”, responde Valgarsson. “No entanto, queremos sair dos monopólios e do protecionismo. Queremos lutar contra a corrupção, a trapaça, mas não achamos que o papel do Estado seja tornar o mundo mais igualitário. Teoricamente, para mim, se alguém enriqueceu de maneira honesta, isso não é um problema.” Algumas nuances em seus colegas, mas nenhuma reprovação nesse partido tachado ora de “libertário” – por suas posições favoráveis a uma grande liberdade nos negócios –, ora de “comunista de assembleias” – por sua defesa da democracia direta. Embora um dos projetos principais dos Piratas seja a instauração de uma renda básica universal, obtivemos uma resposta mais concreta no dia seguinte pressionando Jónsdóttir em sua trincheira: “Não o projeto de Milton Friedman, claramente para a versão de esquerda.10 Espero que saibamos permanecer abertos a outras visões e nos cercar de competências plurais, aí incluído o estrangeiro. O papel dos artistas e dos militantes é sobretudo fazer evoluir as normas para que as pessoas que não são politizadas possam seguir adiante”. Ela acredita firmemente que é capaz de avançar na batalha que reúne seu partido em torno da neutralidade da internet e da proteção dos dados pessoais: “Nas Constituições, o respeito à vida privada está baseado em direito fundamental; por que isso não se aplica à internet? De outro lado, considerando que seria muito mais fácil hoje criar o acesso às informações de interesse geral, por que é difícil obter o direito de esclarecer as zonas obscuras onde a corrupção espreita?”.
A direita já indicou que não quer governar com os Piratas. Em contrapartida, parece possível um acordo de coalizão com o novo partido centrista Viðreisn, os sociais-democratas e o Movimento Ecologista de Esquerda. A líder desse último partido, favorita para o cargo de primeiro-ministro em caso de alternância, Katrín Jakobsdóttir, não teme os novatos: “Como em toda parte na Europa, a política islandesa tornou-se muito versátil. Mas não temos tanta sorte assim de não sermos confrontados com partidos de extrema direita. Os Piratas respondem à sua maneira à rejeição do sistema. É uma coisa boa, porque são pessoas com as quais podemos trabalhar. É claro que não estamos de acordo quando se trata de política fiscal ou de despesa pública. Mas nos alinhamos com relação à acolhida dos refugiados, a democracia, os direitos humanos, a transparência. Eu, no entanto, fico preocupada porque vemos crescer o sentimento de que não existe realmente diferença entre a esquerda e a direita. Para mim, nunca houve tanta: por toda parte vemos crescer as diferenças”.
Relacionamento com a Europa, redistribuição, protecionismo, não faltariam temas de discórdia numa coalizão desse tipo. No plano geopolítico, os ecologistas de esquerda são os únicos a preconizar uma evolução rumo à neutralidade com uma saída da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Mas sua chefe relativiza a questão à luz do fato de que o país não tem Exército “e nem mesmo serviço secreto”, acrescenta.
BOX: Uma nova bolha, o turismo
A recuperação econômica da Islândia deve muito a um fenômeno que ninguém realmente tinha visto surgir: a irrupção dos turistas. Em 2010, o país acolhia 486 mil visitantes, enquanto o escritório de turismo, em suas projeções mais otimistas, esperava chegar a 745 mil em 2020.1 No entanto, em 2016, a estimativa aponta para pelo menos 1,7 milhão de turistas, sem contar os 4,8 milhões de passageiros que apenas transitaram pelo aeroporto internacional de Keflavik.2 Em 2015, essa atividade representou mais de um terço das receitas de exportação, ou seja, mais que os produtos da pesca (23%) ou o alumínio (20%).
Os atores do setor multiplicam as histórias a respeito da frequência exagerada a alguns locais, em particular no sudeste. Muitos começam a temer o novo impulso de 26% anunciado para o ano que vem. “Realmente precisamos frear, controlar esse crescimento para evitar que sejamos atropelados por ele”, explica Edward H. Huijbens, diretor do Centro de Pesquisa sobre o Turismo Islandês da Universidade de Akureyri. “Quem vai construir as estradas, os banheiros e cuidar deles? As pequenas municipalidades não têm recursos para isso. É urgente introduzir uma taxa que tornaria mais lenta essa expansão, permitindo ao mesmo tempo financiar as infraestruturas necessárias.”
Além dos problemas de alojamento e acesso aos locais, coloca-se a questão da mão de obra: “Se continuarmos nesse ritmo”, estima o especialista, “será necessário trazer de 10 mil a 15 mil trabalhadores estrangeiros daqui até 2020. Já em Keflavik, a companhia Icelandair comprou locais da antiga base norte-americana para alojar os poloneses empregados no aeroporto. Esse crescimento não resulta de uma política verdadeira nem de uma visão estratégica. É hora de termos uma”.
Caso único de terras emersas sobre a dorsal que separa as placas da Eurásia e da América, a ilha apresenta formações geológicas impressionantes (falhas, gêiseres, vulcões, geleiras) e vastas extensões selvagens. Mas a atração crescente de um encontro com a natureza, até a “aventura”, corre o risco de se defrontar com a contradição do turismo de massa, que acaba por degradar e mesmo destruir o que motivou seu desenvolvimento. (P.D.) 1 “Tourism in Iceland in figures” [Turismo na Islândia em dados], Escritório de Turismo da Islândia, fev. 2010.
1 Disponível em: wwwferdamalstofa.is.
2 “Tourism in Iceland in figures”, maio 2016.
Philippe Descamps é jornalista.