Por que as grandes potências fazem guerra
Segundo os discursos dominantes, a política externa ocidental consistiria em exportar a democracia liberal e o direito para o resto do mundo. No entanto, as relações entre as potências obedecem menos a ideais do que a considerações estratégicas, conforme explica John Mearsheimer, um importante teórico do realismo nas relações internacionais
Três décadas atrás, muitos especialistas ocidentais garantiam que a história havia acabado e que o confronto entre grandes potências era coisa do passado. Essa ilusão não resistiu nada bem ao teste do tempo. Hoje, dois dos conflitos estabelecidos entre grandes potências ameaçam degenerar em guerra aberta: Estados Unidos contra Rússia na Europa Oriental, por causa da Ucrânia, e Estados Unidos contra China no Leste Asiático, por causa de Taiwan. As mudanças na política internacional nos últimos anos marcaram uma deterioração na posição do Ocidente. O que aconteceu? Para onde estamos indo? Responder a essas perguntas requer uma teoria das relações internacionais que dê sentido a um mundo caótico e incerto, um quadro geral que permita explicar por que os Estados agem da forma como agem. A chamada teoria do “realismo” é a melhor ferramenta disponível para entender a política internacional. Quais são seus pressupostos? Os Estados coexistem em um mundo…