Por que os sindicatos perderam a batalha contra a Amazon nos EUA
Famosos hollywoodianos, jornalistas, políticos: todos desejavam a criação de uma seção sindical no imenso armazém da Amazon em Bessemer, no Alabama. Todo mundo, menos os trabalhadores do local, que votaram em massa contra a sindicalização… A pressão exercida pela transnacional durante a campanha bastaria para explicar esse resultado?
“Davi contra Golias.” A comparação não saía da boca dos militantes que, em março, organizaram um referendo sobre a criação de uma seção sindical no BHM1, o imenso armazém da Amazon em Bessemer, no Alabama. E a comparação não era infundada. Carregadores, em sua esmagadora maioria afro-americanos, desafiaram uma das mais poderosas empresas do mundo, de propriedade do homem mais rico do planeta – Jeff Bezos –, em um dos estados mais conservadores dos Estados Unidos. Porém, enquanto na Bíblia o pequeno Davi acaba derrotando o gigante Golias, na Amazon aconteceu o contrário. Dos 5.805 funcionários das instalações que ocupam 8 hectares, apenas 738 votaram “sim”, ao passo que 1.798 votaram “não”. Stuart Appelbaum, líder do Retail, Wholesale Department Store Union (RWDSU), o sindicato do grande varejo nos Estados Unidos, imediatamente contestou o resultado, acusando a Amazon de ter violado a neutralidade da votação. A derrota no Alabama se soma…