Quando a direita e o centro alemães aderiram ao nazismo
Instalar, a título de transição, Adolf Hitler e seus aliados no poder para melhor impor aos alemães um modelo liberal e autoritário – esse foi o plano executado pelo centro e pela direita no início dos anos 1930. O que veio depois é bem conhecido, exceto as concessões, os cálculos dos aprendizes de feiticeiro e, sobretudo, as imprecisões do bloco burguês, que hoje merecem ser relembradas
Franz von Papen é um gênio. Pelo menos, era nisso que acreditavam ele próprio e o bloco burguês que o apoiou em sua busca pela “estabilidade” por meio de uma união das direitas – união finalmente concretizada com a posse do governo Hitler-Papen em 30 de janeiro de 1933, às 11h15. Após duas eleições legislativas seguidas por duas dissoluções em 1932, assim como uma eleição presidencial, a permanência do Poder Executivo parecia garantida por uma “concentração nacional” que não escondeu sua intenção de abolir a democracia. De fato, a formação desse governo parece um golpe de mestre. Por quase três anos, o “campo nacional” desejava integrar os nazistas ao governo, e por três anos eles recusaram, a menos que Adolf Hitler fosse chanceler. Nomeado chefe de governo em 4 de junho de 1932, Papen multiplicou gestos de boa vontade em relação a ele: pediu a Paul von Hindenburg que dissolvesse…