Quando o computador ajuda o juiz a prender
É preciso colocar um acusado em prisão preventiva? Qual pena impor a um condenado? Para responder a essas perguntas, alguns juízes norte-americanos utilizam algoritmos que analisam milhares de casos anteriores e calculam a probabilidade de reincidência para cada réu. Oficialmente, o método visa reduzir o recurso a fianças e aliviar a superlotação nas prisões. No entanto, ele não está livre de problemas…
Após dez minutos de discussão, o professor Richard Berk se exalta: “Meu algoritmo é mais justo e mais preciso do que a maioria dos juízes!”. Ele já disse isso duas vezes e quer que fique bem claro. O “Dr. Berk”, como muitas pessoas chamam o professor emérito de Criminologia e Estatística da Universidade da Pensilvânia, trabalhou durante quase vinte anos na concepção de fórmulas matemáticas capazes de ajudar juízes e agentes de liberdade condicional a tomar decisões. “Simplificando, meu algoritmo prevê quais pessoas têm probabilidade de cometer crimes graves e quais não têm”, explica. “Em seguida, esses resultados são, por exemplo, utilizados, juntamente com outras informações, para determinar como uma pessoa condenada deve ser monitorada pelos serviços de liberdade condicional.” Para criar sua receita, Berk diz ter se baseado em quase 300 mil casos, cruzando diferentes dados biográficos (idade, gênero, antecedentes criminais etc.) e observando o comportamento dos indivíduos durante…