Quem vai pagar o preço pelo retorno do militarismo alemão?
Secretário-geral do Partido do Trabalho da Bélgica (PTB), que conquistou uma vitória histórica nas eleições federais de 2024, Peter Mertens apresenta aqui a análise de sua organização política diante da perspectiva de um grande rearmamento europeu para enfrentar a “ameaça russa”. Ao contrário dos discursos dominantes, lembra ele, preparar a paz não implica necessariamente fazer a guerra
O retorno do militarismo alemão, a corrida armamentista na Europa e a agressividade desenfreada de Washington: tudo contribui para a escalada. No entanto, como sempre, são os de baixo que pagam o preço – e também são eles que carregam a esperança da paz. Inflamada por interesses geopolíticos e pela disputa por recursos, a guerra na Ucrânia já deixou centenas de milhares de mortos e feridos, e forçou milhões a fugir. E, se depender do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, a guerra e a corrida militar não têm previsão de acabar. “A paz só durará se a Ucrânia chegar à mesa de negociações em posição de força. Para isso, ela precisa de nossa ajuda contínua, de mais armas e mais rapidez”, declarou em 13 de janeiro último diante do Parlamento Europeu. Afirmar que mais armamentos trarão a paz é alimentar uma ilusão perigosa –…