Razões para ter esperança em um novo processo constituinte
No Chile, manter viva a esperança de uma Constituição Política democrática elaborada em democracia ainda é razoável. Não é um otimismo iludido ou uma rendição após a derrota de setembro
O Chile se encaminha para iniciar um terceiro processo constituinte após dois fracassos: o promovido durante o segundo governo de Michelle Bachelet e o originado no acordo de novembro de 2019. São fracassos posto que nenhum deles foi capaz de culminar em uma nova Constituição Política. No entanto, o problema constitucional segue presente: o sistema político, após governos de diferentes tipos, tem sido incapaz de responder às demandas cidadãs centrais no debate público. Essa ineficácia da ação pública contribuiu para a crise de credibilidade das instituições democráticas que levou à manifestação maciça e inorgânica de descontentamento popular de 2019. Por outro lado, o texto vigente perdeu praticamente todo o seu valor, não é considerado politicamente constitutivo, tanto que tem sido objeto de reformas que tratam de questões meramente conjunturais e de menor importância. Os setores políticos, de todos os lados, o consideram uma mera formalidade. Em suma, falta-nos uma Constituição…