Redes políticas e a política das redes
Dez anos atrás, predominava um discurso extremamente positivo sobre as possibilidades que se abriam pelas mídias sociais. Contudo, a visão mais comum sobre o que o digital pode oferecer à democracia mudou diametralmente. O que essas duas vertentes têm em comum é uma visão essencialista da tecnologia. É importante, no entanto, conectar técnica e política, duas instâncias interdependentes
A internet, sobretudo as mídias sociais, abriu todo um novo espaço para campanhas políticas e, mais amplamente, para a ação política em geral. Se lembrarmos do início da segunda década dos anos 2000, por volta de 2011, encontraremos um discurso extremamente positivo sobre essas possibilidades que se abriam. Em especial o Twitter, mas também outras redes, era visto como capaz de empoderar cidadãos, dar voz a grupos excluídos e fomentar levantes contra governos autoritários. Foi o momento em que aconteceram a Primavera Árabe, o Occupy Wall Street, os Indignados, todos movimentos que, de diferentes formas, demonstraram insatisfações com o sistema vigente. Podemos também encaixar nesse contexto as manifestações de 2013 aqui no Brasil. O desafio que esses movimentos oferecem aos sistemas que questionam se dá não apenas pelo tipo de pauta e reivindicação que levantam, mas também pela forma que tomam. Fugindo à lógica dos movimentos sociais tradicionais, eles se…