O sorriso da Rocinha
Completam-se dois dias que estive na favela da Rocinha. Faz dois dias que penso sobre ela, faz dois dias que meu coração bate de saudades
Completam-se dois dias que estive na favela da Rocinha. Faz dois dias que penso sobre ela, faz dois dias que meu coração bate de saudades
Sinto que cheguei ao fundo do poço, sou um dependente químico de likes, confesso que enfio o nariz na timeline, chapado de alertas e musiquinhas, compulsivo das redes sociais, viciado por joguinhos, obcecado em checar a caixa de entrada do e-mail, baqueado de séries, injeto selfs na veia a todo momento, trago mensagens instantâneas, lombrado por memes e embriagado por correntes, noiado nos grupos e fissurado no stories.
A imagem retoma Gilberto Freyre em Casa-Grande & Senzala. À sombra de flamboyants, os meninos, todos negros ou mulatos, puxam cavalos para deleite do “senhozinho”. A sociedade patriarcal brasileira está ali sintetizada sem que ninguém se dê conta. As crianças dos dois lados são exploradas.Pollyanna Brêtas
Os meninos ao redor, todos também mascarados e trajando seus mantos, cantam trechos curtos e repetitivos de algum funk afiado e ingênuo, enquanto ao longe explodem fogos de outra “turma” de mascarados pronta para sair às ruas