Trump encarna o senhor da guerra
Como já repetido diversas vezes, espera-se de Donald Trump uma política externa imprevisível; e o bombardeio de uma base do regime sírio, de fato, surpreendeu bastante as chancelarias. O ataque, contudo, responde a certa lógica: a de um presidente que, desde janeiro, parece convertido ao uso da força
Desencadeados em 7 de abril em represália a um ataque químico assassino atribuído ao regime de Damasco pela maior parte dos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os bombardeios lançados de navios de guerra norte-americanos contra uma base aérea na Síria foram apresentados nos meios de comunicação como a primeira ação militar “real” do presidente Donald Trump desde sua chegada à Casa Branca. O dilúvio de 59 mísseis Tomahawk não poderia ser classificado como um assunto menor, tendo em mente os significativos estragos – ainda que não catastróficos – que provocou. Mas trata-se na realidade da segunda ofensiva de Trump: a primeira foi o ataque sangrento das forças especiais norte-americanas no Iêmen em 29 de janeiro de 2017. Além disso, ela pode muito bem ser apenas um prelúdio para uma longa série de outros recursos à violência militar, cada um mais imprudente e agressivo que o anterior. Durante…