Os novos cães de guerra
Combates entre a França e a Rússia? Anteriormente inimagináveis, a hipótese se instalou após as declarações de Emmanuel Macron evocando uma “guerra existencial” e o envio de “tropas ao terreno” da Ucrânia. Desde então, o tom não para de subir em Paris e Moscou. Uma escalada que parece encantar os meios de comunicação franceses, em sintonia com o presidente da República
Os alquimistas por fim encontraram sucessores à sua busca infrutífera. No final do inverno, os jornalistas franceses se esforçaram para transformar uma gafe presidencial em uma pérola da análise geopolítica. Não há “consenso hoje para enviar de maneira oficial, assumida e endossada, tropas ao terreno”, soltou Emmanuel Macron, na segunda-feira 26 de fevereiro de 2024, ao final de uma reunião internacional de apoio à Ucrânia que acabava de acontecer em Paris. “No entanto, na dinâmica, nada deve ser excluído. Faremos o que for preciso para que a Rússia não possa ganhar esta guerra”, acrescentou. Nas horas seguintes, a declaração do presidente da República provocou uma chuva de desmentidos. Replicando a um parceiro francês que sempre fala demais, o chanceler alemão Olaf Scholz disse poucas palavras: “Uma coisa está clara: não haverá tropas no terreno de Estados europeus ou da Otan” (X, 27 fev.). Dois dos principais apoios de Kiev estão…