Um balanço do atual modelo neoliberal no Brasil
A aposta na austeridade, na “fada da confiança” e na modernização advinda de investimentos externos apresentou resultados absolutamente frustrantes. Seu fracasso, no entanto, não impediu que um candidato de extrema direita tentasse redobrar a aposta no modelo neoliberal, levando-o à sua total perda de credibilidade
A estratégia neoliberal observada no Brasil desde 2016 não é uma mera retomada do neoliberalismo da década de 1990, apesar de herdar o referencial teórico e o arsenal propositivo do famoso Consenso de Washington. A proposta atual foi tomando forma com base na crítica ao modelo de crescimento distributivo que predominou nos governos Lula e Dilma, sendo construída majoritariamente em centros de pesquisa e universidades mainstream no início da década de 2010, com destaque para o Insper e o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre). Foi ali que se gestou a chamada “Ponte para o Futuro”. A união dos temas estruturais da agenda neoliberal típica da década de 1990 com os tópicos conjunturais advindos do diagnóstico dos governos petistas conformou uma estratégia de completa reestruturação da atuação do Estado, seja na condução da política macroeconômica, seja em áreas tão diversas quanto educação, saúde, financiamento e infraestrutura. Era de fato uma agenda…