Um Estado sob o controle de Donald Trump
Como garantir que a máquina governamental esteja totalmente alinhada com os projetos presidenciais? Segundo Donald Trump, nomeando aliados para cargos estratégicos, dando um peso significativo à segurança e colocando instituições e círculos de conselheiros mais ou menos informais em concorrência entre si. A abordagem disruptiva e original do ocupante da Casa Branca pode, no entanto, encontrar limites rapidamente
As declarações de Donald Trump sobre a Groenlândia, o Panamá e o Canadá mais uma vez destacaram sua concepção negocial das alianças, inclusive as transatlânticas. Seu ex-conselheiro de segurança nacional, o general Herbert Raymond McMaster, a resumiu sem rodeios em 8 de janeiro passado, diante do Council on Foreign Relations: Trump considera a União Europeia “acima de tudo como um concorrente econômico”.[1] O respeito às normas diplomáticas não faz parte da visão trumpista. O estranho passeio do filho do presidente norte-americano, Don Jr., pela Groenlândia – recebido por figurantes usando bonés MAGA (“Make America Great Again”), aparentemente recrutados com a promessa de uma refeição quente – ou ainda o envio a Israel, logo após a posse, de seu velho aliado Steven Witkoff – magnata do setor imobiliário de Nova York sem experiência em assuntos internacionais – para supervisionar o cessar-fogo entre Tel Aviv e o Hamas são exemplos disso. As…