Um jornal não alinhado
Da crise financeira de 2008 ao conflito no Oriente Médio, passando pela crise climática e pela invasão da Ucrânia, o planeta experimentou nos últimos quinze anos uma série de abalos que perturbaram as bússolas intelectuais e geopolíticas. Não a do Le Monde Diplomatique, que defende, quase sozinho, o não alinhamento e solicita a seus leitores apoio nesta luta
Há pouco mais de um ano, em 19 de outubro de 2022, a presidenta da Comissão Europeia fez um discurso solene no Parlamento de Bruxelas: “Ataques direcionados contra infraestruturas civis, com o objetivo óbvio de privar homens, mulheres e crianças de água, eletricidade, aquecimento às portas do inverno: esses são atos de puro terror e nós devemos caracterizá-los como tais”, explicou Ursula von der Leyen. No entanto, essa regra deixa de se aplicar quando um aliado do bloco ocidental comete “ataques direcionados”. Após o massacre de centenas de civis durante a operação militar liderada pelo Hamas em 7 de outubro (1.400 mortos, incluindo trezentos soldados), o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, anunciou o cerco total a Gaza nos seguintes termos: “Sem eletricidade, sem comida, sem gás [...]. Estamos lutando contra animais humanos e agimos de acordo” (9 out.). Dois dias depois, 1.200 cadáveres já tinham sido retirados dos escombros…
Orgulho de assinar o Le Monde Diplomatique!!