Uma humorista chinesa na corda bamba
País mais masculino do mundo (114 meninos para cada 100 meninas no nascimento), a China dificilmente considera as reivindicações feministas. As mulheres representam menos de 5% dos membros do Comitê Central do Partido Comunista. O ostracismo é ainda maior no universo do stand-up, como testemunha o caso da humorista Yang Li
“Uma mulher que amaldiçoa os homens e lhes arranca dinheiro.” Apoiada nessa ideia, uma horda indignada de internautas invadiu a conta da Intel na rede social chinesa Weibo convocando um boicote a seus produtos. O erro da marca: sua nova embaixadora, Yang Li, humorista de 29 anos, nome pioneiro e de destaque do stand-up na China, acusada de ter “ofendido e humilhado profundamente” seus compatriotas masculinos e “incitado o confronto entre homens e mulheres” em seus espetáculos. No entanto, não havia nada de insultuoso, nem sequer de satírico, em relação aos homens na curta propaganda exibida em 18 de março de 2021. Sorridente, Yang Li apenas declara: “A Intel é tão exigente que é mais perspicaz do que eu quando escolho meu namorado”. Mas, pressionada, a marca norte-americana retirou a propaganda do ar ao longo do dia, bem como todos os cartazes promocionais com a imagem da humorista. Após essa…