“Uma ideia perigosa”
A União Europeia exigiu que países equilibrassem suas contas. A implementação de medidas como investimentos públicos e intervenção estatal, são eficazes em tempos de crise
O método está tão desqualificado que quase ninguém ousa dizer seu nome. Quando, em junho de 2024, a União Europeia abriu processos por déficit excessivo contra sete países, exigindo que equilibrassem suas contas sob pena de sanções, o comissário de assuntos econômicos, Paolo Gentiloni, se defendeu energicamente contra qualquer acusação de austeridade. É verdade, ele admitiu, que Bruxelas exige esforços após as generosidades concedidas durante a pandemia de Covid-19, mas “não se deve confundir prudência nos gastos, que é obrigatória para países com déficits e dívidas elevados, com austeridade” (Il Messaggero, 20 jun. 2024). Alguns meses depois, para justificar os 40 bilhões de euros em cortes de gastos públicos que prevê para 2025, o governo francês falou em um “orçamento de recuperação”, “de responsabilidade”, “de verdade”. Seu equivalente italiano, que planeja reduzir 13 bilhões de euros por ano ao longo de sete anos, chamou isso de uma “trajetória de ajuste”.…