Uma voluptuosa lavagem cerebral
Em resumo, ainda que a associação não tenha observado “neutralidade” alguma entre o agressor e o agredido, ela errou. Porque toda informação suscetível de frear a mobilização em favor de um país que, como repetem os oficiais franceses, “bate-se por valores que partilhamos” deve ser desacreditada pelo fato de que ela faria “o jogo de Putin”.
Volodymyr Zelensky é o redator-chefe da maior parte dos órgãos da mídia ocidental. Seus vídeos cotidianos dão o tom; seus temas e anátemas são declinados nas horas seguintes, do New York Times ao Le Monde, passando pelo canal Arte, pela Paris Match, pelos canais de notícias 24 horas e pelas rádios públicas. As remessas de armas ocidentais estão atrasadas? O Libération divulga as queixas de Kiev junto ao Eliseu: “A ajuda militar, notadamente a da França, está muito abaixo da necessidade” (20 jul.). O interesse das populações ocidentais pelo conflito diminui? Uma parlamentar ucraniana fica desolada com isso no L’Opinion, o que permite à Revue de Presse, da France Inter, repercutir seu apelo: “Ela suplica aos órgãos da mídia ocidental que não se esqueçam da guerra. Eles têm tanto poder quanto os grandes dirigentes, e, se a informação escasseia, Moscou vai se beneficiar com isso...”. “Sim”, suspira o jornalista, “há…