Viagem ao Donbass ocupado
Jornalistas ocidentais raramente entram no Donbass, exceto por algumas viagens de imprensa organizadas. Nosso enviado especial pôde ir até lá no fim da primavera e circular sem escolta. De Donetsk, sob fogo ucraniano, a Mariupol, desfigurada pelos bombardeios russos, acompanhe a história da guerra deste lado do front
Há muitas horas que saímos de Moscou. Envolta por uma luz meio alaranjada que emana das lâmpadas que fazem a iluminação noturna, a autoestrada parece uma serpente interminável. De repente, uma sombra se delineia à nossa direita: um comboio militar. A letra Z fixada no flanco e na frente dos caminhões não deixa a menor dúvida sobre seu destino. É o mesmo que o nosso: o sul, a fronteira ucraniana. Será preciso um trajeto de dezesseis horas para chegar, de manhãzinha, ao posto de vigilância da fronteira, situado nas proximidades da cidade de Uspenka. Precisaremos apresentar duas vezes o passaporte e responder às perguntas. Em primeiro lugar, às dos policiais russos para deixarmos o país e, em seguida, às das autoridades da República Popular de Donetsk (RPD) para entrarmos no território que elas controlam desde 2014. Sob o céu azul primaveril desse fim de maio, estamos aqui no Donbass. Munidos…