A Internacional dos Censores
A crescente aliança global pela censura, que une regimes autoritários e democracias, ameaça a liberdade de expressão e cria um precedente perigoso para o futuro
A crescente aliança global pela censura, que une regimes autoritários e democracias, ameaça a liberdade de expressão e cria um precedente perigoso para o futuro
A paz é impossível? Por vezes se questiona em Washington se a culpa seria do presidente ucraniano. O conselheiro norte-americano de segurança nacional chegou a convidar Volodymyr Zelensky a deixar o cargo. Contudo, após três anos de conflito, a realização de eleições na Ucrânia parece complicada, com um desfecho incerto. Se os europeus apoiam, de modo geral, o chefe de Estado em exercício em Kiev, sua autonomia em relação aos Estados Unidos permanece mais teórica do que estratégica. Isso apesar do grande rearmamento anunciado por Bruxelas, Berlim, Londres e Paris, e apesar do sonho de união na adversidade. Então, a guerra é inevitável? Quando os dirigentes do Velho Continente inflam, em coro, o balão da ameaça russa, eles preparam sobretudo um conflito que afirmam querer prevenir
A Casa Branca e o Kremlin pediram a realização rápida de eleições na Ucrânia, na esperança de encontrar um substituto para o presidente Volodymyr Zelensky que esteja mais disposto a fazer concessões. No entanto, não é certo que seu sucessor adote uma política mais conciliadora em relação às exigências russas e norte-americanas. Na Ucrânia, a união sagrada está se rompendo, mas organizar uma eleição em um país em guerra continua sendo um quebra-cabeça tanto prático como democrático
A construção europeia tem raízes na Guerra Fria. Ou, para usar as palavras do atlantista Jean-Louis Bourlanges, “não foi a Europa que fez a paz. Foi a paz que fez a Europa”
Arquiteto da “terapia de choque” administrada à Rússia por Yegor Gaidar em 1992, o economista Jeffrey Sachs foi tanto protagonista como testemunha da interferência norte-americana no espaço pós-soviético. Sua análise da guerra na Ucrânia, apresentada durante uma reunião no Parlamento Europeu em fevereiro passado, circulou nas redes sociais, mas foi pouco repercutida pela grande imprensa. Embora não coincida em todos os pontos com as posições do Le Monde Diplomatique, ela evidencia a magnitude da dissonância entre as declarações públicas dos líderes ocidentais e sua real avaliação da situação
Ao promover tais encontros, Brics busca se afirmar como uma entidade mais tangível e influente, explorando novas possibilidades econômicas e culturais
Obnubilados pela Rússia, os dirigentes do Velho Continente não previram o golpe… Ao lançar as negociações de paz sem eles, acompanhadas de concessões importantes, o presidente Donald Trump oferece ao Kremlin uma saída do atoleiro ucraniano, mas também uma vitória estratégica. E a era geopolítica inaugurada no pós-Segunda Guerra Mundial parece se fechar
No início de 2025, os Estados Unidos e a Europa adotaram novas sanções contra as exportações de petróleo russo, mirando especificamente alguns navios petroleiros. Desde a adoção do bloqueio econômico ocidental contra Moscou em 2022, uma rede de empresários das sombras tem ajudado a Rússia a escoar seus hidrocarbonetos. Essa rede traça, em negativo, os contornos de outra globalização, um reflexo opaco da primeira
Há dez anos, a Rússia tinha um grande número de migrantes. Agora, os cidadãos dos países vizinhos buscam novos destinos. O fervor nacionalista, provocado pela guerra e pelo atentado islâmico no Crocus City Hall em março de 2024, resultou em uma perseguição aos trabalhadores ilegais, a ponto de prejudicar a economia de guerra ao privá-la de mão de obra
Desde a incursão ucraniana na região de Kursk, em agosto passado, as posições dos líderes ocidentais divergiram significativamente. Berlim anunciou a redução de sua ajuda militar, enquanto Londres e Washington autorizaram Kiev a lançar mísseis de curto alcance sobre o território russo. Como o Kremlin analisa esses eventos?
Desde o 11 de Setembro de 2001, a luta contra o terrorismo se tornou prioridade absoluta para os países ocidentais. No entanto, ela encontrou um ponto cego: a destruição dos gasodutos Nord Stream, em setembro de 2022. Claramente constrangidas, as autoridades políticas e judiciais evitam o tema, e não sem motivo. Dois anos depois, as investigações apontam não para o Kremlin, mas para Kiev, Washington e Varsóvia…
Em julho de 2023, a segurança alimentar mundial parecia ameaçada. Moscou suspendeu sua participação em um acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos pelo Mar Negro. No entanto, suas águas apresentam um surpreendente dinamismo comercial um ano depois, como se os dois beligerantes concordassem em limitar a escalada ali