Washington e Pequim brincam com fogo
O que queria Nancy Pelosi quando foi para Taipei no início de agosto? Apenas um golpe publicitário? Ou ela gostaria de provocar Pequim, forçando Joe Biden e seu governo a acelerar na região uma mudança da histórica política dos Estados Unidos? Esta combina o reconhecimento de “uma única China” com certa proteção a Taiwan
Bem antes de o avião da presidenta da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, tocar o solo taiwanês em 2 de agosto, as relações sino-norte-americanas já se encontravam em uma espiral negativa. Joe Biden e seu governo haviam se dedicado a tecer uma rede de alianças hostis para cercar a China; de sua parte, Pequim multiplicava as manobras militares agressivas no Mar da China Oriental e no Mar da China Meridional. É verdade, contudo, que suas relações bilaterais não haviam se deteriorado a ponto de impossibilitar qualquer diálogo de alto nível sobre mudança climática ou outras questões vitais. Prova disso é que os presidentes Biden e Xi Jinping discutiram esses temas durante sua conversa por videoconferência em 28 de julho de 2022. Fato é que a visita de Pelosi aprofundou o fosso na relação entre as duas potências, varrendo qualquer perspectiva de cooperação. Hoje subsiste apenas uma rivalidade militar exacerbada. Desde…